João Antonio Cirne

Introdução

O artigo de Giorgis resgata figura ímpar da história de Bagé: João Antonio Cirne.

No entanto, concorda-se com o que já dissera Tarcisio Antonio Taborda, sobre o proto-historiador, mas não historiador: 

Apesar de João Antônio Cirne, o nosso proto-historiador, ter afirmado em seus ‘Apontamentos históricos de Bagé’, manuscrito datado de 1871, que a fundação desta cidade ocorrera a 17 de julho de 1811, quando Dom Diogo de Souza, depois de haver concentrado aqui o ‘Exército Pacificador’ sob seu comando, rumou para Montevidéu, essa data ficou esquecida por largos anos”.

A certidão de nascimento de Bagé

Autor: José Carlos Teixeira Giorgis.

João Antonio Cirne é o primeiro historiador de Bagé segundo o atestado irrecorrível de Tarcisio Antonio Taborda; é dele o manuscrito seminal que conta a gênese dessa cidade, seguindo-se o de Vicente Lucas de Lima, Jorge Reis e Eurico Salis, além de outros textos também relevantes.


Cirne era paraibano e seus pais oriundos de Coimbra; alistou-se no Batalhão de Infantaria, progredindo alguns postos na carreira castrense; recrutado para combater a revolução dos farroupilhas; logrou ser promovido a alferes (1844).


Após a paz se fixou em Bagé, aos 26 anos de idade, onde casa com dona Maria Filisbina dos Santos, tendo a boda se realizado na igreja de São Sebastião (1845); seu padrinho foi o coronel Francisco Felix da Fonseca Pereira Pinto, primeiro venerável de loja maçônica e destacado chefe militar.


Alegando o acréscimo de suas despesas com a vida matrimonial e a tutela de cunhados menores, Cirne pede demissão do exército (1846), voltando-se para as atividades comerciais; logo é contratado como o primeiro funcionário da Câmara de Vereadores quando instalado o município, cabendo-lhe a redação das atas e expedientes da nova entidade municipal. Exerceu, ainda, as funções de agente dos Correios, por provimento imperial.

E na refrega do Paraguai, como major da Guarda Nacional, torna-se secretário do Visconde de Serro Alegre, comandante da Fronteira.


Como vereador pertenceu às hostes do Partido Conservador, foi juiz municipal e juiz de Direito interino.


Essa rica experiência comunitária, aliada ao conhecimento da tradição oral, permitiu-lhe a coleta de informações e dados ante os moradores primitivos desse local e a elaboração dos “Apontamentos Históricos de Bagé e da Capela de Dom Pedrito”, texto com seis páginas que pode ser consultado em revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, transcrito e anotado por elogiável obra de Miguel Duarte, então servidor daquele órgão.

João Antonio Cirne falece em 1900, como viúvo, deixando os filhos Matilde, Trajano, Ovídio, Cândida e Francisca.


É nome de Biblioteca do Museu Dom Diogo de Souza, onde Tarcisio fez conservar obras técnicas de museologia, história do Brasil e do Rio Grande; ainda contêm a estante dos autores bajeenses e da história de Bagé, além de numerosas caixas de recortes sobre personalidades, acontecimentos, países, estados e municípios brasileiros, como ainda obras raras, segundo refere o catálogo da entidade.

Fonte: http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=52872&busca=1&palavra=antonio%20cirne .

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