Ivo Moura, 1910

"Ivo Moura nascera em 1910, filho de mãe negra e pai branco, na cidade de Bagé (rs). Ajudava a mãe, cozinheira, dona de uma pequena pensão, com apresentações musicais. Ele era violeiro e cancioneiro, ótimo instrumentista. Segundo Polaco, Nestor Veríssimo, ao passar por Bagé, foi atraído pelo arroz de carreteiro com charque de dona Isabel, sua mãe, e ficou encantado com o jovem músico. Nos combates existentes no Rio Grande do Sul para defender a posse de Getúlio Vargas, em 1930, Ivo Moura novamente se alinhou com Nestor Veríssimo, sendo seu cozinheiro, músico e amigo pessoal.
Em 1934, Ivo se estabeleceu em Dom Pedrito e casou-se com Celia Demutti da Costa. Segundo Polaco, Veríssimo, ao ser chamado por Getúlio Vargas para dirigir a cafn, impôs como condição a escolha pessoal de seus funcionários. Entre os convocados para servir na prisão de segurança máxima, para presos políticos, estava o pai de Polaco. Ao chamado de Veríssimo, transferiu-se com a mulher e com seus filhos Amyrton e Zeli para Fernando de Noronha. Em 1940, Oli Demutti Moura, o Polaco, nasceu. Dois anos mais tarde, por motivo da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, a cafn foi transferida para a Ilha Grande. Polaco até hoje guarda com carinho a foto em que tanto ele como sua irmã estão de mãos dadas com o pai, Ivo Moura, tendo ao fundo a recém-construída Colônia Agrícola do Distrito Federal, em Dois Rios. As lembranças de sua infância são muitas; essas são memórias que frequentemente trazem lágrimas aos seus olhos". [SANTOS, Myrian Sepúlveda dos. A invisibilidade da pena: Dois Rios como imagem do paraíso. Tempo soc.,  São Paulo ,  v. 28, n. 2, p. 261-283,  Aug.  2016 .   Available from . access on  17  Mar.  2019.  http://dx.doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2016.105854]. 

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