Norma Campos de Vasconcellos, Biografia Amorosa




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Claudio Antunes Boucinha1



  1. Introdução

Trata-se de uma biografia incompleta. É mais uma biografia que lembra um pouco os “Fragmentos de um Discurso Amoroso”, de Roland Barthes. Não é fácil falar de uma pessoa tão maravilhosa como Norma. Se tiver defeitos, ignora-se. Não se trata de apologia, de um discurso ufanista. Ser fiel à teoria, ao conhecimento, à ciência, à arte de argumentar, sempre foi uma de suas virtudes. A capacidade de diálogo, uma caraterística de sua geração, que viveu durante o regime militar, lembrava muito Paulo Freire. Talvez o que mais se ressalta fosse a arte, expressão máxima de vida.

Norma respirava cultura, qualquer outra categoria de cultura, a nossa e a do outro. Um de seus temas, marcantes, foi a representação dos anjos. Procurando capturar o olhar de um mensageiro de Deus, mergulhado nas cores, e na intuição do divino.

Norma simbolizou o que Bagé tem de melhor, na cultura regional; essa universalidade e essa regionalidade, que coloca a cidade no centro do mundo, e não na periferia.

A impressão que dá é que Norma participou de praticamente todos os eventos culturais da cidade, especialmente do Ecoarte e do Cultural-Sul.



Norma Vasconcellos, presente!

Aqui, a ideia de presença, é fundamento. Essa consciência de si e dos outros, que revela um estado de consciência louvável, porque indica virtude, bondade e generosidade, se expande, como ondas, por todos os espaços, lugares e pensamentos.

A educação comunitária, tal como encontramos na literatura existente, consiste em qualificar e equipar o homem em desenvolvimento com a capacidade de se orientar diante de grandes objetivos, tais como, sociedade, estado, partido, associações nos quais a vida irá situá-lo. A educação comunitária fará com que o homem se torne um membro útil, produtivo no seio destas diversas modalidades de associações, social, política, vale dizer, que ele não seja simples roda que só gire em torno de seu eixo, mas uma pessoa, uma roda equipada com dentes e, assim, esteja apta a engrenar em outras rodas deste enorme aparato e consiga participar deste imenso e complicado movimento global”. (BUBER, 1987:822). 3



Essas marcas, sulcos, vestígios, passos, caminhos, os silêncios, o falar e o calar, podem revelar o passado-presente-futuro, de alguém?

Cada um emite uma atmosfera de humanidade que pode ser muito pouco determinada, se se trata de algumas marcas de passos na areia, ou ao contrário muito determinada, se visito todos os cômodos de uma casa recém-desocupada. Ora, se não é surpreendente que as funções sensoriais e perceptivas depositem diante de si um mundo natural, já que elas são pré-pessoais, podemos admirar-nos de que os atos espontâneos pelos quais o homem enformou sua vida se sedimentem no exterior e ali levem a existência anônima das coisas. A civilização da qual eu participo existe-me com evidência nos utensílios que ela se fornece. (MERLEAU-PONTY, 1999:465)4. 5



O grande mistério da vida é observar como a intenção pode influenciar, condicionar, determinar, a realidade, não no sentido de absolutizar tal intenção, mas perceber como é feito esse fio de Ariadne, tecido minuciosa e lentamente, como se fosse por uma lagarta, que se transforma em borboleta; um ser que antes rastejava, mas que agora voa, como os pássaros, como os anjos.

Quer trate dos vestígios ou do corpo de outrem, a questão é saber como um objeto no espaço pode tornar-se o rastro falante de uma existência, como, inversamente, uma intenção, um pensamento, um projeto podem separar-se do sujeito pessoal e tornar-se visíveis fora dele em seu corpo, no ambiente que ele se constrói. (MERLEAU-PONTY, 1999:467). 6



Norma Vasconcellos, Corpo, Alma

Não se pretende uma biografia definitiva, a “guitarra” final, esgotar-se o tema e não dizer. A expectativa é humilde, e o horizonte é largo.

(...)

Parece pouco provável que em uma cidade cuja principal atividade econômica vinha do campo, com a criação de gado, a arte tivesse tanta força. Há, porém, quem ouse tentar explicar de onde surgiu tamanha criatividade e talento segundo o ponto de vista de quem vive há muitos anos na localidade. "Bagé é como aquelas terras que têm tudo e não têm nada. A paisagem é um descampado, que vai longe. A cidade teve seu auge econômico com a pecuária e o patrimônio histórico reflete bem isso. Mas, de repente, começou a decadência. Desde aí, a cidade empobreceu demais. Entretanto, o que se observa é que as pessoas vivem em uma cidade em que não acontece quase nada, mas dentro delas acontece muita coisa", opina Norma Vasconcellos, artista gaúcha radicada em Bagé há mais de 50 anos. "As pessoas aqui têm muito vida interior, são talentosas, é incrível. A causa dessa 'magia' eu não sei, mas nós queremos acreditar ser algo especial na paisagem, o inverno, o campo, a cor do céu e do sol quando vem o frio, essa luz outonal muito amarela", diz Norma.

São justamente as cores que fazem com que Norma eleja Glênio Bianchetti como o integrante mais admirado por ela. "Ele é um mago da cor. O que me fascina, além do tratamento, é que ele usa figuras humanas um pouco abaixadas, como Portinari. Ele usa as cores com um contorno escuro e é como se fosse a alma da gente para fora", explica(...).7



Nasce uma estrela

Norma, que nasceu em 23 de março de 1945, o ano em que a Segunda Guerra terminou. Nasceu longe da guerra, num mundo que viveria a “Guerra Fria”, rediscutindo a arte perante a violência, e o significado da vida.

Norma nasceu em Pelotas, mas viveu aqui, em Bagé, na maior parte de sua vida.

Conforme a filha, Stela Campos de Vasconcellos Trevisan,

A mãe se mudou para Bagé após casada. Estava cursando Letras na UCPel, e se formou na URCAMP8, onde, mais tarde, fez Pós em História da Arte. Ela escrevia desde criança. Penso que, em Pelotas, não pintava porque não tinha acesso. Théo e Norma casaram-se em Pelotas. Mas quando foi morar em Bagé, ela se apaixonou pela cidade, pelas amizades que construiu e pela cultura. Ela, que queria ser bailarina quando criança, descobriu nas letras a sua expressão verbal e, nas artes plásticas, a sensibilidade da alma. Na culinária, aliou o gosto pelos tradicionais doces de Pelotas, como os ‘Ninhos’, seus prediletos, aos doces campeiros. A data do casamento é 10 de janeiro de 1966.

Também encontrei este breve currículo, sendo que ela detestava currículos

Formação: Curso de Letras – Universidade Católica de Pelotas

Pós-Graduação em Teoria da Arte Contemporânea – URCAMP

Experiências Profissionais:

- Professora estadual aposentada (Língua portuguesa e Literatura brasileira);

- Ex-diretora da Casa de Cultura Pedro Wayne de Bagé;

- Coordenadora da Oficina Permanente de Poesia do Grupo Cultura Sul – Bagé.

Algumas Participações Literárias:

- 1999 – 1.º Lugar no Concurso Nacional de Poesia Mário Quintana – Petrobrás;

- 1997 – 3.º Lugar no Concurso Nacional de Poesia Mário Quintana – Casa de Cultura Mário Quintana de Porto Alegre;

- 1998 – 1.º Lugar no Concurso de Crônicas Simões Lopes Neto – Feira do Livro de Pelotas9;

- 1999 – 1.º Lugar no Concurso de Poesia A Palavra no Século XXI – Casa de Cultura de Cruz Alta;

- 2000 – 1º Lugar no Concurso de Poesia 1º Festilenda – Bagé;

- 2002 – 1º Lugar no Concurso de Poesia Editora Nova Prova – Feira do Livro de Porto Alegre”.10



Portanto, a vida em Bagé começou na década de 1960, para Norma, sugerindo um período importante nos anos 1980 e 1990.


Aparentemente, o Curso de Pós-Graduação em Teoria e Crítica da Arte Contemporânea [FAT/FunBa] URCAMP, na década de 1980, foi um marco para muitos artistas da geração de Norma.


NORMA VASCONCELLOS. BREVE CURRÍCULO. Nascida em Pelotas RS em 23/03/45 Residente em Bagé RS Rua Bento Gonçalves 257 E CEP Fone: 0(xx) FORMAÇÃO: curso de Pós-Graduação em Teoria e Crítica da Arte Contemporânea URCAMP11.

Cursos Livres de Desenho e Pintura com:

Marly Meira12,

Judith Plentz13,

Stina Beckman14,

Danúbio Gonçalves15 (I e II),

João Luiz Roth16 (I e II),

Paulo Porcella17,

Teresa Poester18

ALGUMAS PARTICIPAÇÕES EM EXPOSIÇÕES:

Mostras Coletivas de Arte em:

Bagé.

Casa de Cultura Pedro Wayne

Galeria Ouro do Banco do Brasil

Aeroporto de Bagé

Sobrado

Galeria de Arte Biblioteca Central da URCAMP

Multifeira 2000

Multifeira 2001

Porto-Alegre.

Casa de Cultura Mário Quintana

Santa Maria.

Câmara de Vereadores

Rio Grande.

Casa de Cultura de Rio Grande

Canela.

Pousada Blumenberg

Monte Negro.

Pinacoteca EnioPinalli19

Dom Pedrito.

Museu Paulo Firpo,

TRABALHOS SELECIONADOS:

1º FESTILENDA

X Salão Internacional de Inverno de Santana de Livramento

XI Salão Internacional de Inverno de Santana do Livramento

Salão dos Novos da Biblioteca Pública de Pelotas

MOSTRA INDIVIDUAL.

Devoções - Casa de Cultura Pedro Wayne”. 20



Norma Vasconcellos. Nasceu em Pelotas. Poetisa, Artista Plástica, coordena a Oficina dos Poetas do Cultura Sul. Ambientalista apaixonada, registra as influências marcantes da natureza na vida da região, engajada nas lutas de preservação da planície verde e do grandioso patrimônio arquitetônico desse sul de Deus, sem nunca esquecer as fragilidades e ambiguidades universais da condição humana. Recebeu o título de cidadã de Bagé, pela Câmara de Vereadores.

Obras

Participação com a turma do Cultura Sul Bagé:

- 1000 Versos do Sul e algumas letras perdidas

- CD - Sul-Poemas de Oficina

Prêmios:

1º lugar nos concursos:

- Mário Quintana

- Simões Lopes Neto

- Nova Prova e outros.

Para que serve um Quadro?...

(fragmentos)

Para amarrar as correias

do cavalo disperso

de teus olhos

Para acender a luz

na parede do quarto úmido

Onde moram teu desaponto

e os números romanos

do relógio de teu conformismo

um quadro, cara

é para te lembrar todos os dias

tudo aquilo que sonhavas ser

e que não foste

e que não és.

Norma Vasconcellos21



Jussara Valente Casarin, com certeza, participou ativamente da cena cultural que envolvia Norma.


Tem no centro da cidade de Bagé, no Iporã Center Sala 18, o seu Atelier Galeria, com a amiga Norma Vasconcellos, onde produzem e comercializam suas obras”.22



JUSSARA CASARIN. Jussara Valente Casarin, natural de Canguçu, reside há 44 anos em Bagé. Formada em Educação Artística (Urcamp). Fez diversos cursos de aperfeiçoamento com Marli Meira, Carmen Pinho, João Luiz Roth, Danúbio Gonçalves, Paulo Porcella, Teresa Poester, Regina Ohlweiler, entre outros. Participou de diversas exposições individuais e coletivas. Em Gramado, Porto Alegre, Pelotas, Alegrete, Santana do Livramento, Uruguai e Itália. Compartilha, há 15 anos, o Atelier na sala 18 do Iporã Center, com outra artista plástica Norma Vasconcellos.23


Morreu na madrugada desta terça-feira, 5, a professora, artista plástica e poetisa, Norma Campos de Vasconcellos, 76 anos. A filha de Norma, a jornalista Stela Vasconcellos, escreveu, em uma rede social, que a artista morreu vítima de um câncer.

Natural de Pelotas, Norma recebeu o título de cidadã bajeense em 1994. A poetisa foi uma das fundadoras do Cultura Sul, grupo que reúne poetas desde 1988, e coordenou a Oficina dos Poetas do Cultura Sul. Também foi uma das idealizadoras do projeto Arte na Vitrine.

Identificada com a causa ambiental, e engajada nas lutas de preservação da planície verde e do patrimônio arquitetônico local, a artista integrou o grupo Ecoart, registrando, em sua obra, influências marcantes da natureza na vida da região.

Norma foi diretora da Casa de Cultura Pedro Wayne e manteve um atelier em parceria com Jussara Casarin, no Iporã Center. Ela era casada com Théo Vasconcellos e deixa os filhos, Stela e Bruno.

O velório aconteceu na sala Nossa Senhora das Graças, no cemitério da Santa Casa de Caridade de Bagé. O sepultamento deve ser realizado às 17h30”.24



Ainda escuto tua voz, Norma, brindado pela tecnologia, falando de outonos bageenses, dessa natureza primeira de nossa cidade, amalgamada de maneira muito especial, por ti, “estrela da vida inteira”. Ah! Norma, o que é a morte, perante uma vida translúcida, evanescente, colorida por olhos indianos, descobrindo em cada tom, semitons, milhares de tons, para descrever o que há em ti, em mim, em nós, que moramos por aqui, nessa fronteira sem fim, “de casas brancas, porém, altas”.


Hoje é um dia triste. Familiares, amigos, artistas, poetas, parceiros e admiradores despedem-se de Norma Campos de Vasconcellos.

Estrela de intenso brilho, artista atuante na área cultural de Bagé, Norma ficará para sempre nos iluminando com seus belos poemas e textos, suas exuberantes pinturas, sua participação e atuação nos grupos ligados à arte, cultura e preservação.

Convidada para encontros estaduais, suas manifestações eram aplaudidas por vibrante platéia, como em 2007, quando Norma e Mercinha levaram SUL- Poemas de Oficina com Fragmentos Poéticos dos Poetas do CULTURA SUL para Porto Alegre e na Assembléia Legislativa, no Fórum de Cultura promovido pelo CODIC/ FAMURS apresentaram este belo trabalho. A locução é de Norma Vasconcellos, que também participa como poeta ao lado de Edmundo Rodrigues, Elvira Nascimento, Ernesto Wayne, Fausto Brignol, Iolanda Abero Sá, Julio Lanza, Rafaela Ribas, Sara de Vicêncio, Sarita Barros, Sonia Alcalde, Sheila Corrêa, Teresa Not e Valúsia Saldanha.

Querida Norma, ficamos com teu precioso legado e imensa saudade.25



A produção poética do Cultura Sul, para uma cidade de fronteira, na América do Sul, só demonstrava essa sede pelo mundo afora, pelo universal, pelo que faz de nós, humanos, uma espécie em devir histórico.


O Cultura Sul foi fundado em 1988, por Norma Vasconcellos e Ernesto Wayne. Passaram por ele diversos escritores. O grupo apresenta a produção em Manifestos Poéticos, Antologias, Arte na Vitrine e outros espaços, como recentemente aconteceu em Santa Thereza, 'poetando sobre as Madonas expostas na capela'. Em 29 anos, já foram publicados 47 manifestos, sendo o último sobre música, lançado em julho, em homenagem ao Festival Internacional Música no Pampa (FIMP).

O Cultura Sul criou um CD com fragmentos de poesias de oficina. A produção dos poetas aparece em cadernos especiais dos jornais, sacolas de padaria e supermercados, com apoio das empresas, buscando a sensibilização dessa arte.

Atualmente, Norma Vasconcellos, Elvira Nascimento, Rafaela Gonçalves Ribas, Sarita Barros, Sonia Alcalde, Sheila Corrêa, Ada Maria Machado Guimarães, Gladis Deble (coordenadora 2016-2017) e Maria Conceição Rosa dos Santos fazem parte do Cultura Sul’”.26



Aqui é importante resgatar o conceito de “corte epistemológico”27, para se poder compreender, não de forma absoluta, uma categoria de ciclo, ou periodização histórica. No caso, tenta-se estabelecer marcos, balizas, na história da região, do estado e do mundo, não necessariamente na mesma ordem ou no mesmo tempo-espaço.

Esse ambiente mágico, que era o Cultura Sul, é relembrado por uma de suas integrantes, de maneira vibrante.

Tudo teria começado na década de 1970?

As artes plásticas têm lugar garantido na história bicentenária, em especial pelo Grupo de Bagé, com a cidade vinculando-se, para sempre, às fulgurantes trajetórias de Glauco Rodrigues, Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves e Glênio Bianchetti. Estes até idealizaram, nos anos 1970, o I Encontro Nacional de Artistas Plásticos, com os participantes hospedando-se nas estâncias, vivência inspiradora das obras levadas à exposição final. O Museu da Gravura brasileira, resultante do evento, abriga um acervo precioso de obras. É também decisiva a influência de Marly Meira, pintora refinada, educadora de escol, doutora e autora de livros, uma inestimável semeadora. E em Bagé palpitam, constantemente, o Culturasul, Cenarte, Casa de Cultura, Ecoarte, Secretaria da Cultura, Educação Artística da Urcamp, CDE Odessa Macedo, IMBA, Escolinha de Arte Tia Leda, oficinas e outros movimentos, nos quais atua tão grande número de artistas e incentivadores que não é prudente nomeá-los, pelo risco de omissões. A exemplo da farta e estimulante literatura da História da Arte, cabe destacar as iniciativas locais que têm se ocupado também em inovar. Alguns, a produzirem papéis especiais a partir das bananeiras e de outros vegetais; outros selecionando, experimentando e mostrando o uso das nossas argilas. Até a ciência entrou a serviço da arte, com Clara Vaz cuidando da preservação das ovelhas autóctones e da adequada utilização de suas lãs, um dos nossos mais tradicionais artesanatos. Recordar que o pioneiro das Escolinhas de Arte no Brasil, Augusto Rodrigues, esteve em Bagé constatando in loco a ação de Margot Lemos de Carvalho, Marli Meira e Marilu Teixeira, semeando ensinamentos a jovens militantes da educação pela arte. Entre os muitos merecedores de citação há inclusive os novos valores, que luzem nestes dias quando, a cada semana de aniversário da cidade, o ‘Arte na Vitrine’ integra a comunidade, mobilizando inúmeros participantes”.28



Em janeiro de 1976, numa promoção da Secretaria Municipal de Turismo do Município de Bagé, com o apoio do Museu Dom Diogo de Souza29 e da Fundação Attila Taborda, realizou-se em Bagé o Encontro Nacional de Artistas Plásticos, ideia de Carlos Scliar, surgida quando a FUnBA, atual Universidade da Região da Campanha, conseguiu reunir em Bagé o Grupo de Bagé, já há vários anos disperso.

O Encontro Nacional de Artistas Plásticos reuniu não só os quatro do Grupo de Bagé – Scliar, Glênio, Glauco e Danúbio – mas também nomes dos mais expressivos das artes plásticas, recebidos em fazendas de Bagé, para sentirem a plasticidade do nosso cenário e se voltarem para temas nacionais. Foi neste cenário e estes acontecimentos, a maior motivação para Carlos Scliar e seus companheiros de Encontro proporem a criação do Museu da Gravura brasileira para documentar esta atividade plástica.

O Museu da Gravura brasileira foi inaugurado a 21 de outubro de 1977, durante o II Encontro Sul - Rio-Grandense de Museus. Foi inaugurado, com uma mostra dos integrantes do Grupo de Bagé (composto pelos artistas plásticos Glênio Bianchetti, Glauco Rodrigues, Carlos Scliar e Danúbio Gonçalves), também chamado os Quatro de Bagé. Tais artistas, um ano antes da fundação do museu, haviam idealizado a possibilidade da criação de um órgão cultural, onde eles e outros artistas pudessem reunir e estudar a criação artística.30



Semana de Arte Moderna de 1922 e Bagé


Ou o início do ciclo seria na década de 1940?

Interessante é observar que, nesse período, começou um processo de decadência do movimento saladeiro, com a introdução de novas tecnologias, como as primeiras câmaras frias, na região, sugerindo que, d'ali por diante, a charqueada seria uma sobrevivência que duraria até a década de 1970?

“Taller de Gráfica Popular”

Até onde o ano de 1981, “com a criação do Centro de Arte Maria de Lourdes Alcalde - Cenarte”, é uma decorrência da década de 1940, ou uma iniciativa completamente nova, iniciando um novo ciclo, que duraria até 2002? Ou seria em 1937, com o “Taller de Gráfica Popular”?



Abordar o tema gravura, em Bagé, nos remete ao Grupo de Bagé. A história desse grupo está vinculada à história da cidade e registra um episódio importante na cena cultural e artística do país. Um grupo de jovens que surgiu na cidade nos anos de 1940, com o interesse em produzir arte. Foi a partir da influência e incentivo do escritor Pedro Wayne, da admiração pelos modernistas de 1922 e da orientação do pintor carioca José Morais, que teve início a trajetória desse grupo que, no ano de 1948, realizou sua primeira exposição na capital do Estado. A partir desse momento, com a apresentação do crítico de arte, Clóvis Assumpção, o grupo passou a ser identificado como o Grupo de Bagé. Dessa primeira formação, permaneceram Glênio Bianchetti, Glauco Rodrigues e Danúbio Gonçalves que, em parceria com Carlos Scliar, único integrante que não era natural da cidade, criaram, em 1951, o Clube de Gravura de Bagé. O modelo seguido pelo grupo era o mesmo do Taller Gráfica Popular do México3132, que usava a gravura como instrumento politizador, buscando informar e mobilizar os trabalhadores rurais e urbanos para a revolução social mexicana. A escolha da gravura como técnica está intrinsecamente ligada à multiplicação e reprodução de imagens, ideias e conhecimentos, e foi por eles usada como instrumento de valorização do homem, possibilitando a conscientização e a aproximação do povo com as artes plásticas. Como observou Bianchetti (1981), a gravura é uma das artes mais democráticas. Ao contrário de outras formas artísticas, ela não se resume numa única peça, pode ser reproduzida, divulgada simultaneamente. Isso favorece, inclusive, o preço de cada obra, para quem vai adquiri-la. O trabalho do Grupo de Bagé se caracteriza por ser uma produção em equipe e com o mesmo propósito, tanto no atelier como nas estâncias dos arredores da cidade. O Clube de Gravura de Bagé não teve uma vida longa, pois logo foi incorporado ao de Porto Alegre, mas o vínculo estabelecido com a cidade não foi desfeito. A cidade, que viu nascer o Grupo de Bagé e o Clube da Gravura, também foi palco do I Encontro Nacional de Artistas Plásticos no mês de janeiro de 1976. Um evento comemorativo aos 25 anos do Clube de Gravura, reunindo, além dos artistas do Grupo de Bagé, também artistas de outros estados do Brasil. Foi nesse encontro, que culminou com uma mostra no Museu Dom Diogo de Souza, que surgiu a ideia de criar um museu na cidade para a gravura. A partir da doação da coleção de gravuras do Grupo de Bagé e da produção dos artistas participantes desse evento, começou a se estruturar o acervo do futuro Museu da Gravura brasileira. Com a proposta de Carlos Scliar e a elaboração do historiador Tarcísio Taborda, foi instituído, junto à Fundação Áttila Taborda, um espaço adequado para guardar o registro visual desse acontecimento vinculado à cidade. Assim, em outubro de 1977, foi inaugurado o Museu da Gravura brasileira, durante o 2.º Encontro sul-rio-grandense de Museus, evento por ele organizado. Mas não bastava instituir um museu somente para guardar a memória do grupo, se fazia necessário abrir espaços de convívio com a arte e oferecer atividades para formar um público diferenciado. Articula-se, assim, o trabalho de gestão da memória do Grupo de Bagé com a promoção da arte da gravura e o desenvolvimento cultural da cidade. Nessa direção, por um convênio entre a Curadoria de Museus e a Fundação Nacional de Artes (Funarte), no ano de 1979, chega à cidade uma prensa elétrica para dar início às atividades de um ateliê de gravura junto ao museu. O Ateliê Livre de Gravura abriu suas portas ao público no ano de 1981, com a criação do Centro de Arte Maria de Lourdes Alcalde - Cenarte, com oficinas de trabalho abertas à comunidade. De 1981 até 2002, ali funcionou um espaço de intensa produção e pesquisa em gravura, com grupos de adolescentes e adultos, sob a coordenação da professora e gravadora Consuelo Cuerda, resgatando uma atividade que teve início com o Grupo de Bagé e continuidade com o Grupo de Gravura do Cenarte. Com a produção do grupo, aconteceram várias mostras dando novamente visibilidade à gravura em Bagé. Com o fechamento do Cenarte, o grupo não teve continuidade, encerrando outro ciclo da produção de gravura local. Permanece o acervo do Museu da Gravura Brasileira como registro visual dessa produção.33



Um “Van Gogh”, na sala de estar

O ciclo que se iniciou em 1940, foi até o ano de 1996? Até onde o Cenarte é um movimento singular, paralelo, interagindo com uma herança cultural iniciada na década de 1940?



Nos anos 40, na cidade de Bagé, na região da Campanha, fronteira do Brasil com o Uruguai, surgiu um grupo de jovens interessado em arte. Num primeiro momento, influenciados pelos modernistas da Semana de Arte Moderna de 1922, que conheceram através do poeta Pedro Wayne [Pedro Wayne, jornalista, escritor e poeta, defensor do modernismo e grande incentivador dos jovens artistas de Bagé]. Esses jovens que se encontravam distante da capital e sem orientação artística, entre eles, Glauco Rodrigues e Glênio Bianchetti, começaram suas trajetórias artísticas como autodidatas, desenhando, pintando e copiando ilustrações de calendários como um passatempo. Como lembrou Ernesto Wayne (1976), filho de Pedro Wayne, desde menino no Grupo Escolar, onde eram colegas, Glauco já se destacava com seus desenhos, que eram rifados em benefício da escola” (p. 24). (...) Os chamados discípulos de José Moraes, segundo Wayne, eram: Clóvis Chagas, o mais velho deles, com 21 anos, que ele denominou “retratista de 28 quartel” e que, segundo a sua descrição, lembrava as figuras dos murais de Portinari. Era um tipo calado, admirador de Van Gogh, que prestava serviço militar e, embora não tivesse concluído nem o curso primário, era dos três, o que mais havia lido sobre arte moderna. Seus trabalhos, orientados por Moraes, demonstravam grande progresso no uso do óleo; Glênio Bianchetti, com 18 anos, cursando o 1º ano comercial do Colégio Auxiliadora, encontrava-se dividido entre a pintura e o comércio, a profissão desejada por seus pais. Alto, magro e muito falante, não escondia seu desejo de transferir-se para o Rio de Janeiro para encontrar outro jovem pintor bageense, Danúbio Gonçalves; e Glauco Rodrigues, com 17 anos e cursando o 1.º ano científico, que começou copiando figuras de Lucídio de Albuquerque e imagens de folhinha, em moldes rigorosamente acadêmicos. Esse relatou, entre risos, que antes de ter entrado em contato com Scliar, tinha uma concepção absurda sobre arte moderna. Vendo uma reprodução de vacas pintadas por Segall, ficara em dúvida se em pintura moderna o cachorro deveria ou não ter olhos. A esse respeito Glênio Bianchetti (1976) declarou: ‘Antes de conhecer Scliar, nós inventamos a pintura. Porque aqui, naquela época, tinha uma falta de recurso total. Não havia material algum e eu não sabia absolutamente nada, nem o Glauco. Nós nem sabíamos que se usava paleta para pintar. Dissolvíamos nossas tintas em tampinhas de cerveja. Era uma mão-de-obra tremenda, por isso digo que inventamos a pintura, porque estávamos como os pioneiros. Os nossos métodos eram todos improvisados’. (apud MORAES, Angélica s.p.) Nesse sentido, também Glauco (apud MORAES, 1976) salientou a importância da vinda de José Moraes para romper com o isolamento e o despreparo de ambos e acrescentou: ‘com Moraes, aprendemos o bê-a-bá da pintura, desde a limpeza dos pincéis’”(pp.27 – 28). (...) “A abertura oficial desse evento aconteceu na noite de quatro de janeiro do ano de 1976, no prédio do Museu Dom Diogo de Souza (Figura 30), com uma exposição coletiva composta por quatro obras de cada um dos os artistas participantes e uma sala dedicada a uma retrospectiva do Grupo de Bagé. Esse evento foi coordenado por Maria Helena Webster [Maria Helena Webster era uma professora de Artes Plásticas de Porto Alegre, encarregada de organizar a Exposição Retrospectiva dos artistas do Grupo de Bagé na abertura do I Encontro Nacional de Artistas Plásticos no Museu Dom Diogo de Souza em janeiro de 1976 em Bagé], que com a cooperação da comunidade reuniu importantes documentos, recortes de jornais, objetos e trabalhos dos artistas do Grupo feitos nos anos de 1940 e 1950, mostrando toda a sua trajetória. Foi um momento de surpresa e emoção para os quatro artistas encontrarem-se com seus trabalhos mais antigos, das primeiras tentativas em pintura do início de suas atividades artísticas, dispostos ao lado de trabalhos mais elaborados do período do Clube de Gravura. Nesse ambiente de nostalgia, revendo pessoas, antigos trabalhos e, enfim, reavivando lembranças, Scliar sugeriu a criação de um museu para guardar essa memória ameaçada de desaparecer. A sua sugestão teve imediata aceitação dos demais artistas e das autoridades presentes ao evento e, assim, o Museu Nacional da Gravura, como foi primeiramente chamado, começou a dar os primeiros passos em direção a sua concretização. Nesse sentido, Scliar foi enfático ao afirmar que o museu tinha que ser do município de Bagé, pelo vínculo da cidade com todo esse movimento artístico”(pp. 69 – 70). (...) “As pessoas que conviveram com Tarcísio destacaram a sua personalidade marcante e suas atividades culturais ao longo de toda sua trajetória. Como bem colocou o escritor e poeta Ernesto Wayne, quando destacou a participação e o envolvimento de Tarcísio no resgate da história da cidade e, de forma carinhosa, brincou com a ortografia do nome da cidade dizendo: “quando se discutia se Bagé se escrevia com “g” ou com “j”, perguntado sobre isso, respondi que Bagé se escrevia com “t”, com dois “t”, um de Tarcísio e outro de Taborda, o que fez com que ele achasse muita graça de minha sabedoria ortográfica” (WAYNE, 1994. Boletim do Ecoarte,v.16, s.p.) (p.117). (...) “O artista bageense radicado em Porto Alegre, Danúbio Gonçalves [no mesmo anexo, junto ao texto citado, está o retrato de Tarcísio Taborda, feito por Danúbio Gonçalves em sua homenagem em 1976], afirmou a seriedade e o respeito que Tarcísio dedicou aos fatos históricos e à cultura, apontando para a necessidade de dar continuidade ao trabalho cultural do historiador. Segundo o artista, “desta trajetória notável, entretanto, vivem férteis raízes a serem irrigadas. E aos teus conterrâneos, cabe tal missão” (GONÇALVES, 1994. Boletim do Ecoarte, v.16, s.p.). Desse modo, Danúbio reforça o compromisso dos bageenses em prosseguir seu trabalho de resgate cultural da cidade” (p. 118). (...) “Ao trabalharmos a questão da construção da memória e da identidade coletiva no processo de instituição do Museu da Gravura brasileira, através da proposta dos seus integrantes e também da participação do historiador Tarcísio Taborda, foi possível constatar que esse processo envolvia o resgate de um acontecimento singular contemplando os artistas do Grupo de Bagé e a cidade de Bagé. A história desse Grupo está vinculada à história da cidade, isso justifica a importância da permanência de suas obras nesse lugar, reforçando a memória e a identidade local. Nesse sentido, o Museu da Gravura brasileira representa uma referência cultural para a cidade. Essa possibilidade de compartilhar a memória desperta em cada indivíduo o senso de pertencimento, quando este se reconhece como parte integrante daquele espaço. A memória de um grupo desfeito, ameaçado de desaparecer, motivou artistas e intelectuais ao consenso de criar em Bagé um museu para a gravura, ou um museu para sediar a memória do Grupo de Bagé. Com isso podemos dizer que o Museu da Gravura brasileira trabalha com a memória coletiva. As obras de artes são portadoras de significados, pois são testemunhas de uma época. Um museu de arte é, portanto, um espaço portador de referências culturais da sociedade. Mas a localização da cidade de Bagé, na Região da Campanha, portanto distante do circuito das artes, é uma questão para reflexão. Instituir um museu de arte numa cidade sem passado artístico é um projeto arrojado, que envolve pensar também em formar um público para tanto. Assim, trata-se de um museu criado com a intenção de preservar a memória dessa geração de artistas que fez de Bagé palco de importante movimento da história da arte brasileira. Um museu que nasceu com um importante acervo iconográfico, que teve início com a doação da coleção de gravuras do próprio grupo e dos demais artistas simpatizantes desse projeto. Embora o projeto original proposto pelo artista Carlos Scliar não tenha se efetivado, foi a partir dele que aconteceram as primeiras doações e também o envolvimento de todos na efetivação do atual museu. (p.131) Nesse processo de instituição do Museu da Gravura brasileira, duas figuras merecem destaque: Carlos Scliar, artista plástico, gravador, fundador do Clube de Gravura de Porto Alegre e atuante artista do Grupo de Bagé, que idealizou o referido museu, e Tarcísio Taborda, historiador, homem sensível às questões culturais e históricas da cidade, que assumiu a tarefa de organizar e fundar em Bagé um museu para a gravura. Nesse contexto, fazendo um resgate da memória coletiva do Grupo de Bagé e contando com o apoio dos seus integrantes, em 21 de outubro do ano de 1977 foi inaugurado o Museu da Gravura brasileira, vinculado à Fundação Áttila Taborda e às Faculdades Unidas de Bagé. Sob a curadoria de Tarcísio o referido museu funcionou por 16 anos, período de intenso movimento artístico e cultural na cidade. Seu trabalho junto a essa instituição foi fundamental para lhe dar credibilidade, o que motivou inúmeras doações. Tarcísio era um colecionador e a prova disso está no número de doações do seu acervo pessoal em favor do MGB. Ele adotava uma filosofia quanto às doações aos museus, aceitava tudo que queriam dar e depois fazia a seleção. Segundo Tarcísio, “o inverso afugenta o doador”, com essa estratégia ampliou consideravelmente os acervos dos museus. Tarcísio era um homem de posição respeitada na comunidade, onde seu trabalho era reconhecido. Com a morte de Tarcísio em 1994, a instituição perdeu seu encanto e seu defensor. Sem a figura de Tarcísio os recursos ficaram escassos e, assim, as dificuldades aumentaram. Sem uma política de patrimônio, o museu entrou num período de decadência. Durante 31 anos de funcionamento, formou um acervo de 1342 obras, constituindo hoje um riquíssimo patrimônio cultural da cidade, mas que, infelizmente, por falta de gerenciamento adequado e carência de pessoal especializado, encontra-se hoje desativado. O museu, assim como as demais instituições, precisa estar sempre se renovando, buscando ações que visem a alcançar um número maior de pessoas e, com isso, participar ativamente no desenvolvimento da sociedade. Nesse processo de interação do museu com a sociedade, o curador é uma figura relevante. De sua atuação dependem a manutenção da coleção, o trabalho de torná-la mais bem conhecida, o recorte do conjunto que será mostrado ao público e de que modo será essa mostra. Assim, além de preservar, cabe ao curador criar estratégias (p.132) para divulgar o acervo e torná-lo significativo para seu público. Na falta do curador, o museu fica desarticulado e sem função. Dessa forma, o trabalho realizado no Museu da Gravura brasileira durante o período em que Tarcísio Taborda esteve como curador, tinha a preocupação de, não só preservar e expor seu acervo, como também envolver a comunidade através de outras atividades paralelas. Mesmo com limitações e falta de recursos, o museu cumpriu um papel cultural importante, o de promover o convívio com a arte. Construir uma memória do Grupo, através de sua representação gráfica, é importante não só para o desenvolvimento cultural da cidade como também para a identidade das pessoas. Assim podemos afirmar que as categorias memória e identidade se articulam, fortalecendo-se mutuamente. O caminho percorrido por essa instituição, nesse sentido, foi marcado por duas interrupções: a primeira com a morte prematura de Tarcísio Taborda e a segunda com o seu fechamento. Duas situações que marcaram radicalmente a sua trajetória de vida. Com a morte de Tarcísio, o Museu da Gravura brasileira passou a enfrentar uma série de dificuldades com recursos e gerenciamento. Ocorreram várias mudanças administrativas e entre elas, na tentativa de dinamizar a circulação de público, a partir de 1996, o museu passou a incorporar em seu acervo outras linguagens artísticas em suportes diversos como: pintura, cerâmica, técnicas mistas e esculturas. Com essa alteração na tipologia do acervo, surgiram problemas não só com o acondicionamento dessas obras como ainda com a falta de espaço apropriado. Após o fechamento do museu, o que restou foi um sentimento de ausência. Com as portas fechadas e sem uma justificativa dos gestores, o prédio ficou em total abandono. Nenhuma nota foi publicada na imprensa no sentido de explicar ou de questionar o fato. Meses se passaram e nada foi feito, o prédio continuava fechado, sem movimento algum. Comentava-se que seu fechamento era por motivo de reforma, (...) a mesma não aconteceu. O (p. 133) acervo foi transferido para o Museu Dom Diogo de Souza e lá permanece depositado [o acervo do Museu da Gravura brasileira se encontra sob a guarda da Curadoria de Museus da FAT, numa sala do Museu Dom Diogo de Souza sem acesso ao público. Durante o período da realização desta pesquisa, só foi disponibilizado para duas mostras em parceria com a Casa de Cultura Pedro Wayne. Em julho de 2009, durante as comemorações da “Semana de Bagé” foram expostas as obras do Grupo de Bagé dos anos de 1950, na Casa de Cultura Pedro Wayne e em julho de 2010 foram expostas as obras mais recentes dos mesmos artistas, em parceria com o Curso de Educação Artística da URCAMP na Galeria do Porão do Palacete Pedrinho Osório de Secretaria de Cultura do Município], sem acesso ao público. Para se atingirem esses objetivos, torna-se necessária a preparação de pessoal especializado em conservação de acervos, curadoria e restauro, além de um trabalho de divulgação que possibilite uma maior interação da sociedade com esse espaço cultural. O Museu da Gravura Brasileira, apesar de todas as deficiências de infra-estrutura, de recursos humanos e financeiro, enquanto instituição portadora de memória e patrimônio precisa ser valorizado e preservado, tanto pela comunidade como pelos gestores responsáveis, que provavelmente não têm o real conhecimento da importância desse acervo e da responsabilidade de sua guarda. O Museu da Gravura brasileira e seu acervo são merecedores do nosso respeito e cuidado. Cabe à instituição, com a comunidade, pensar a melhor forma de assegurar a sobrevivência desse acervo, evitando a degradação e, com isso, a perda da história e da memória do Grupo de Bagé e demais obras. Finalizando, gostaríamos de dizer que a intenção desta pesquisa foi abordar o aparecimento do Grupo na cidade, a sua permanência no cenário artístico, as contribuições que trouxe para a atualização da arte rio-grandense e a sua ligação com a cidade de Bagé. A ideia foi dar um primeiro passo no sentido de resgatar esse universo de relações sociais envolvendo o surgimento, a atuação cultural e a extinção do grupo. Procuramos enfocar aspectos que consideramos importantes para analisar a relação da instituição do Museu da Gravura brasileira com a construção da memória e da identidade do Grupo de Bagé. Esperamos que, com a revitalização e a reabertura do Museu da Gravura brasileira, sejam adotadas medidas para promover a participação comunitária e atender às demandas contemporâneas. Tais ações apontam para possibilidades de crescimento do museu voltado à educação patrimonial, como um lugar dinâmico de construção de conhecimento, pois sem uma prática atualizada de curadoria, inevitavelmente não sobreviverá (p. 134). 34



Essa efervescência cultural, inusitada, singular, particular, visava transcender, lançar para o mundo o espaço-tempo dessa música que é Bagé.

Através de Norma, pode-se observar, como um “flanêur35” de Charles Baudelaire36, a cultura de Bagé nos anos 70, anos 80 e anos 90, atravessando o milênio, chegando até nós, como cheiro de flor de laranjeira.

[ÉDERSON PERERA COITINHO37]: 5. A ditadura foi um momento em que os movimentos artístico-literários tiveram que se “reinventar”. Temos o surgimento de vários nomes da música e teatro, por exemplo, que surgiram nessa época, lutando para que todos tivessem voz e vez, contudo, com o cuidado nas palavras e no trato. Aqui em Bagé, na década de 70, que pessoa(s) a senhora encaixaria nesse perfil?

[Elvira de Macedo Nascimento]: nos anos 70, a arte brasileira nunca foi tão criativa e interessante. Tempo do Pasquim, da música e do teatro da contestação. Nunca as metáforas foram tão úteis, nunca foram tão servas da utopia, nunca fomos tão alfabetizados em leituras de subtextos. Havia uma gramática, uma sintaxe do imaginário que acusava, gemia e projetava outros mundos que não aqueles onde a mordaça usurpou a vida. Ali a liberdade se exerce no voo de si mesma numa aventura quase juvenil, mas sofrida. Em Bagé, o que tenho a registrar, foi a presença talentosa de Ernesto Wayne (que fora preso e libertado) mestre em Língua portuguesa e professor na FUNBA. Criou, com a Faculdade de Belas Artes, dirigida por Marly Meira, o projeto “Álbuns Ilustrados”, em que poesias eram relidas plasticamente pelos artistas. Essas poesias expressavam, muitas delas, as angústias da época sendo um provocante vazadouro de angústias e contradições dos anos 70. Alguma que outra publicação alternativa atravessava o silêncio dos muros invisíveis da cidade. Era o tempo dos desertos exteriores e das profusas nascentes da alma. A dor tem seu alto poder criativo à disposição da sobrevivência da alma. 38



De outra parte, já se dimensiona um olhar para o Cone Sul. Antecipando o futuro Mercosul, o MARGS promoveu intercâmbios com o Uruguai e Argentina, trazendo exposições, sobretudo de gravuras. Um passo importante foi o I Encontro Latino-americano de Artes Plásticas, [alguns participantes estrangeiros: Ticio Escobar, do Paraguai; Gabriel Peluffo, Ana Tiscornia, Olga Larnaudie, do Uruguai; Luis Felipe Noé, da Argentina. Dentre os brasileiros: Aracy Amaral, Regina Silveira, Olívio Tavares de Araujo, Arnaldo Battaglini, Fayga Ostrower39, Humberto Espindola, Nilza Procopiak, Harry Laus, Carlos Asp e ainda os gaúchos Diana Domingues, Heloisa Schneiders, Blanca Brites, Marly Meira, Monica Kabregu, Maria Amélia Bulhões] com participação de teóricos e artistas, o que oportunizou reflexões sobre questões suscitadas pela prática artística e seu papel no contexto latino-americano. Durante esse Encontro foi aberta a mostra Arte Sul 89, reunindo artistas gaúchos. O II Encontro Latino-Americano de Artes Plásticas [1990. https://icaa.mfah.org/s/es/item/1242413#?c=&m=&s=&cv=&xywh=-1040%2C94%2C3687%2C2063 ] ocorreu no ano seguinte, com igual repercussão; já o III e último Encontro só teve lugar em 1996, um ano antes da I Bienal do Mercosul. É importante observar o encadeamento desses acontecimentos. Os três Encontros estiveram sob a coordenação de José Luiz do Amaral, que teve grande atuação no meio artístico na década. 40



Quantas tardes, eu vi, Norma e Théo, sentados, nos degraus da entrada principal, nas calçadas de Bagé, ou nos bancos das praças, surpreendendo pela singeleza e cumplicidade.

Norma, ser, humano, estrela de todos nós, passeando pelas ruas de Bagé, entre nós, demonstrando a beleza de Deus, que manda os seus para iluminar nossos caminhos.


Poeta do grupo Cultura Sul, a carioca Sonia Alcalde, que escolheu Bagé para viver desde 1975, divide com a cidade sua experiência poética de 15 anos. No dia 27 de setembro lançou o livro “Estações do eu”.

Até 1992, eu não imaginava fazer poesia. Aconteceu diante dos campos de Dom Pedrito. A luz, as cores, o gado... Senti-me em êxtase, a vertigem da liberdade do imaginário. O emocional se permitindo ‘ver diferente aquilo que os olhos haviam visto sempre sem ver’ (Rubem Alves). Depois se retorna e a razão burila a ortografia, uma coisinha aqui, outra acolá. Mas sem esquecer da licença poética”, explica a autora.

Logo recebeu o convite da amiga Sarita Barros, para participar do Cultura Sul. “O grupo acolheu-me com afeto, isto foi muito importante. Imaginem! Metida no meio de poetas. Duas madrinhas para me acompanhar: Elvira Nascimento e Iolanda Abero Sá”, recorda.

Sonia revela que aprendeu muito com o grupo: “Como é de praxe, no Cultura Sul, sempre se apresenta um trabalho nas reuniões, ou quase sempre. O grupo faz comentários, destaca trechos, uma oficina diferenciada. Mas tive momentos difíceis com os temas de casa. O próximo Boletim Poético será sobre o outono. E aí?! Eu, carioca, de duas estações: primavera e verão. Como sentir o outono? O jeito foi fazer laboratório. Na Praça da Estação pisei nas folhas secas, senti o vento, toquei nas árvores. Por favor, inspirem-me... Resultado: Outono pop”.

Para a poeta, a presença dos amigos que morreram permanece no Cultura Sul. Os poemas e o jeito especial de ser de Ernesto Wayne, Teresa Not, Iolanda Abero Sá, Valúsia Saldanha e Maria Barcellos deixaram suas marcas. “Num desses dias de inverno rigoroso, apareceu o sol convidando para ‘lagartear’ no fundo do pátio. Aceitei. Aproveitei para reler o livro da Iolanda: “De cidra e mel”, lançado em 2004. Agora temos um DVD produzido com fragmentos de poesias dos integrantes do Cultura Sul. Foi um projeto desenvolvido por Norma Vasconcellos e Elvira Nascimento, com patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura.

Sonia Alcalde conta que também buscou outros espaços para trabalhar a sensibilidade. Em 2003 e 2004, Sarita Barros, Rafaela Ribas e ela cursaram a Oficina de Criação Literária Alcy Cheuiche, no curso de Comunicação da Urcamp. O livro “Seis contistas de Bagé”, em que são co-autores Cláudio Falcão, Fabiana Gonçalves e Yara Maria Botelho Vieira, foi o resultado. Além de participar dos Manifestos Poéticos do Cultura Sul e das publicações do Ecoarte, Sonia, tem trabalhos em seis antologias cariocas e gaúchas. Com Sarita Barros, divide autoria do livro “Papos e pontos” e organização do CD “Senhoras - canções e poesias”, de Irene Marques Vieira, mãe de Sonia, e Sara Ramires Vicencio, mãe da Sarita.

Em 2000, Sonia e Sarita promoveram a edição da “Antologia Festilenda” e reedição da “Lagoa da música”, de Pedro Wayne. Em parceria com Eloina Lopes, organização do “Conte mais”.41



Com excelente texto de apresentação, elaborado por Norma Vasconcellos, artista plástica e escritora bajeense, abriu na sexta-feira, dia 17 de maio a exposição ``AS VIAGENS CROMÁTICAS DE MARIA INÁCIA. Trata-se da obra plástica de MARIA INÁCIA PAZ DEBLE, produção recente a algumas garimpadas em coleções particulares, desta artista pedritense que reside há muito em Bagé, onde tem seu atelier particular. Madonas, nus, naturezas-mortas e cenas da vida rural, com seus personagens populares compõem essa exposição.

No ato de abertura um mini sarau poético-musical contou com o acompanhamento de Fábio Peralta, violão e voz, interpretando Cacimba, com poesia de Gisele Bueno Pinto. Seguiram-se declamadores locais trazendo temas variados, mas que de certa forma reportaram-se às obras e a vida de Maria Inácia, como a poesia "De volta à casa paterna" interpretada por Dalva Leon Moura. Ao final, todos confraternizaram com a artista Maria Inácia que, entre vinhos e arte, encantou a todos com sua eloquente simpatia. Presença do Prefeito Lídio Bastos e Primeira Dama, Elaine Bastos; Assessor de Cultura Sidney Castilhos; Assessora de Tradição e Folclore, Turismo e Lazer, Paula Carina Bundt; Presidente da Sesmaria Cultural de Dom Pedrito, Gisele Bueno Pinto (ambas participaram do sarau); representante da Câmara de Vereadores Ver. Dionil Pereira; Presidente da Associação de Amigos do Museu, Prof.ª. Ieda F. Bortolin, representantes dos jornais, Ponche Verde e Folha da Cidade, além de familiares e amigos vindos de Porto Alegre e Bagé e muitos outros que prestigiaram o museu. A exposição permanece em cartaz até 20 de junho. O evento fez parte das Comemorações da XI SEMANA NACIONAL DE MUSEUS. Confira as imagens, clicadas por CLAUDENIR MUNHOZ, do Jornal Ponche Verde e acompanhe no museupaulofirpovirtual2013.blogspot.com. As imagens das obras, texto de apresentação e currículo da artista.42



Nesse texto de apresentação, aparece muito bem como Norma escrevia, seu estilo, seu jeito, sua perspicácia, sua observação, sua descrição singular e universal, procurando toda a expressão que a obra de arte pode manifestar. Aqui, a realidade do tempo-espaço para sugerir leituras que procuram cuidadosamente as palavras, para exprimir o ser, com todo o seu esplendor. Ao mesmo tempo, a procura do telúrico, do que é verdadeiramente tradicional, esse mosaico que forma o ser, nas longas durações de Fernand Braudel. Relembrar o poeta Luiz Coronel, não é nada casual, mas proposital como referência no que se quer dizer e sentir.

As viagens cromáticas de Maria Inácia.

Nada se molda a frio.

Quando uma Artista aceita convite para expor ante olhares públicos e curiosos, um conjunto parcial de sua obra de uma vida, ela ainda está vivendo o desafio de um processo criador em cujas dinâmicas vivem sempre pulsares interiores, encontros e desencontros existenciais, encantamentos e desapontos que compõem este cotidiano de Deus.

Ela está, sobretudo, mostrando e assumindo pele esfolada, cansaços de pesquisa e busca, coração ansioso e paixão. Sobretudo, muita paixão.

Este é o momento de Maria Inácia Paz Deble, voltando, a convite, a Dom Pedrito, seu berço, depois de muitos anos de vivências na vizinha Bagé.

Nas cidades do sul da América, terras de pés plantados na planura do chão e olhos no céu, estações marcantes, distâncias geográficas, natureza verde e a solitária desolação de intensos e longos invernos, artistas são assim.

Marcados por cores e paisagens, eles criam guiados sempre pelo adentro de seus avessos.

Pintar é ato mágico que envolve corpo e alma, universo consciente e emanações inconscientes.

Os temas enfocados neste ato nada mais são que meros pretextos para desabafar emoções acumuladas por puro prazer estético de olhar, ou por sofrido estranhamento.

Assim acontece no repertório plástico de Maria Inácia, quando resgata belas formas e matizes que povoaram sempre seu entorno, como o universo dos nossos interiores caseiros com seus objetos familiares, a vida do sul com suas paisagens, personagens e cenas cotidianas.

Signos todos que viveram sempre em seus olhos, tocando sua alma.

Por certo, impressionarão os pedritenses as grandes telas da artista, cheias de movimento e vigor.

Suas muitas tomadas da figura humana e com seu magnetismo indecifrável.

Tipos populares campeiros carroceiros, gaiteiros e, com frequência, a grandiosa e indomável figura da Mulher.

As "Mulheres de minha Terra" dos poemas de Luís Coronel tomam cor, gesto e forma nas telas de Maria Inácia, montando cavalos fogosos, embalando crianças tenras ao colo, emanando gostos e cheiros do sul: leite morno, marcela madura, pasto seco sob o último sol da tarde.

Conheço, de há muito, o traço sempre personalizado e forte de sua criação, seus fundos quase negros, que parecem executar acompanhamentos barrocos para solos de luz em réstias inesperadas.

Revelar a poética velada das coisas mais simples, descobrindo-lhes o mistério com atenção e fervor, parece ser o empenho maior da Artista.

Tarefa impossível de se moldar a frio.

A pintura de Maria Inácia tem calor reconfortante de lareira crepitando.

Sabor de café fervendo.

Meiguice de colo.

Toque de cobertor de crua.

Sol da alma.

Confira com os olhos e o coração. 43



Para compreender o que foi o movimento Cultura Sul, fundado em 1988, é preciso compreender a fundação do Cenarte, em 1981.


Em 1985, surge o “Boletim44 do Centro de Arte ‘Maria de Lourdes Alcalde’- Cenarte. Ano I, número 1, setembro. Era publicação do setor técnico-cultural do Cenarte. Revisão e Impressão - CECOM. Rua Tupy Silveira, 2099, Bagé. A equipe do Cenarte era formada por: (direção) Marly Meira. Ana Maria Loureiro Delabary; Maria de Lourdes Macedo; Armando Baraldi; Maria Luiza Teixeira da Luz; Leda Ollé; Elvira de Macedo Nascimento. Em “Notícias”, constava o concerto “Atmosferas”, com Armando Baraldi, Guilherme Loureiro de Souza e Judith Plentz. Na seção “Quem faz a nossa cabeça”, eram listados, Guimarães Rosa45; Roberto DaMatta46; Eduardo Subirats47. Na seção “PalavARTE”, era citado Ferreira Gullar48.


Em novembro de 1985, foi lançado o Boletim n.º 2, ano I. Constava uma gravura de Fernando Karam, produzida em 1978. O destaque era para Norma: “Bagé no Brasil com rosto de Mulher”. Era registrado venceu o Prêmio Mario Quintana, concorrendo com mais de dez mil trabalhos49. O nome da poesia era “Três por Quatro”. Norma assim escrevia, em partes do poema, num caleidoscópio de literatura, psicologia, arte, estações do ano, que fazia de Norma, única:


“Ariana. Indisciplinada. Quarenta anos.

(...) Pós-graduada e Freudiana.

Os trigais de Van Gogh me comovem.

Os corvos negros de Van Gogh me aniquilam.

Paul Klee me diverte. Picasso me confirma.

(...)

Altas portas e estranhos porões,

que mais pareciam processos de Kafka,

corredores secretos de Alice-no-país-das maravilhas.

(...)

encontrava as carnações de Locatelli.

(...)

Politizada, latino-americana.

(...)

Nasci na América, terra de pés descalços e coração na boca

onde parece ridiculamente redundante

teorizar o voo das abelhas

psicanalisar a loucura dos girassóis

ou regulamentar o gosto doce das laranjas-de-umbigo

quando o frio chega.


No mesmo Boletim, na seção "PalavrArte", destacava-se Luiz Coronel50, poeta, escritor bageense. Ressalta-se que o poeta era vencedor do 1.º Festival de Canção Nativista de Bagé, com a letra “Serventia”. Reflexões extraídas da revista Tarca51-POA, nº 7. Na seção “Quem faz a nossa cabeça e nosso coração”, citava-se Roberto Gomes, que escreveu Crítica da Razão Tupiniquim; Ignácio de Loyola Brandão. E um destaque para Carlos Moraes, com a obra “A Guerra do Lobisomem”52. Quinteto, 1984; notícia veiculada pelo jornal ZH, de 12 de novembro de 1985. O melhor, em 1985, pela Associação de críticos de arte de São Paulo53.


“Ecoarte”, Boletim do Cenarte, nº 7, saiu em dezembro de 1988.


Na 11ª edição do Ecoarte, em 1991, o Boletim estendia os braços para Carlos Morais, lembrando de Guido e Glênio Morais.


Na 14ª edição do Ecoarte, de junho/julho de 1993, Norma escrevia sobre “Milonga Urbana de Arroios”.


Na 15ª edição do Ecoarte, novembro/dezembro de 1993, Norma escrevia sobre “Fomes do Mundo”.


Na 16ª edição do Ecoarte, abril de 1994, escrevia “Recados a Tarcísio e Neusa”.


Na 17ª edição do Ecoarte, 1994, Norma escrevia “Con los Hermanos Pasó lo mismo”, à Inês Simões Pereira.


Na 19ª edição do Ecoarte, de maio/julho de 1996, Norma escrevia sobre “Quem tem ouvidos para ouvir”.


Na 21ª edição do Ecorarte, de dezembro de 199, Norma escrevia sobre “estar São”.


Na 22ª edição do Ecoarte, agosto de 2000, constava uma interessante narrativa sobre a Bagé oitocentista, de Antônio Batista Pereira54, em “Castro Alves”.


Na 23ª edição do Ecoarte, julho de 2001, norma escrevia sobre “Cerro”.


Na 24ª edição do Ecoarte, julho de 2002, foi anotado o fim do Cenarte, em 1º de março de 2002.


Na 25 edição do Ecoarte, Norma escrevia sobre “Praça da Matriz”, junto com uma gravura.


No Ecoarte de maio de 2012, Norma escrevia sobre “Guia Turístico”.


Ernesto Wayne, Norma Vasconcellos, Elvira Nascimento


A cerimônia iniciou com depoimentos das colegas de Wayne, Elvira do Nascimento e Norma Vasconcellos, sobre a convivência com o poeta. Também houve a apresentação de alunos da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), coordenados pela professora Vera Medeiros, que declamaram alguns sonetos do impresso”.55


O Cultura Sul foi fundado em 1988, por Norma Vasconcellos e Ernesto Wayne. Passaram por ele diversos escritores. O grupo apresenta a produção em Manifestos Poéticos, Antologias, Arte na Vitrine e outros espaços, como recentemente aconteceu em Santa Thereza, 'poetando sobre as Madonas expostas na capela'. Em 29 anos, já foram publicados 47 manifestos, sendo o último sobre música, lançado em julho, em homenagem ao Festival Internacional Música no Pampa (FIMP).

O Cultura Sul criou um CD com fragmentos de poesias de oficina. A produção dos poetas aparece em cadernos especiais dos jornais, sacolas de padaria e supermercados, com apoio das empresas, buscando a sensibilização dessa arte.

Atualmente, Norma Vasconcellos, Elvira Nascimento, Rafaela Gonçalves Ribas, Sarita Barros, Sonia Alcalde, Sheila Corrêa, Ada Maria Machado Guimarães, Gladis Deble (coordenadora 2016-2017) e Maria Conceição Rosa dos Santos fazem parte do Cultura Sul”.56



Ernesto Wayne amava o jornalismo, e o fazia com imensa dedicação. Era no jornal que o autor deixava aflorar com mais intensidade o lado humorístico. Em um artigo autobiográfico publicado no Correio do Sul, o autor diz: “Não nasci em berço de ouro, eu não! Nasci em berço bem mais rico. Nasci em berço de papel impresso em tomos enfileirados nos armários do humilde escritório de Pedro Wayne”. Segundo a poetisa Norma Vasconcellos ele era “Delator das hipocrisias do cotidiano; mágico das metáforas, humorista irreverente, mas, em simultâneo, um “Terno lírico”. Gilmar de Quadros o considerava dono de uma bagagem de conhecimentos invejável e até mesmo um merecedor do Oscar. (...) O poeta deixou muita saudade entre companheiros de magistério e principalmente entre poetas do Cultura sul. Suas amigas mais próximas, Norma Vasconcellos e Elvira Nascimento, relembram com pesar a ausência daquele que era o primeiro a comparecer em todas as reuniões, com um maço de papel embaixo do braço. Papéis estes, repletos de belíssimos sonetos e poesias que até hoje são guardados com carinho pelas amigas que anseiam vê-los um dia transformados em livro póstumo”.57



A iniciativa do “Arte na Vitrine”, marcou uma época, também com a participação única de Norma.


Na noite de segunda-feira, uma cena artística, e empresarial presença, no Da Maya Porão marcou por ocasião do lançamento de mais um ‘Arte na Vitrine’. Em 2.ª edição, a mostra homenageia Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves, Glauco Rodrigues e Glênio Bianchetti — o lendário grupo de Bagé, nas décadas de expressões artísticas em âmbito nacional. Outro nome brilhante dessa constelação, Ernesto Wayne recebeu homenagem durante o decorrer do protocolo. Também foi lido um breve histórico de Gilberto Alagia, empresário homenageado da vez. Vale lembrar que o ‘Arte na Vitrine’ foi criado há exatos 21 anos58. A sua genitora, uma artista que se debruça com amor e talento sobre todos os signos que constitui nossa identidade: Norma Vasconcellos.59



Norma fez um depoimento sobre Ernesto Wayne, revelando o quanto estar na América Latina faz a diferença:


Em Bagé e arredores, todo mundo conhece o rastro artístico dos Wayne: Pedro Avô – o filósofo. Ernesto – o poeta-professor. Pedro Neto – o ator.

Geração intermediária entre dois Pedros, ERNESTO WAYNE é um cara magicamente obstinado.

Mostrando publicamente este seu denso e belo "EXTRATO DE CONTA", colhido ao longo da vida pelas agências bancárias da emoção, como imprevisível saldo íntimo de vitórias e derrotas, créditos e débitos passionais, indiferente um tempo de metálica projeção futurista, ele retoma, compulsivamente, a sua mágica e frágil trilha de migalhas de pão. Um levedado, ora jocoso, ora dramático, mas sempre aconchegante pão meridional e caseiro chamado POESIA. Trilha que nenhum pardal conseguiu jamais lhe roubar. E leva sempre, irremediavelmente, às clareiras da sua (ou da nossa?) infância e juventude.

A bruma das cirandas. O mundo velado de nosso casario protegido, por fora, por portões e altas janelas, povoado, por dentro, pela mobília antiga, paredes rugosas e úmidas, cenário impressionista de convívios do sul. Personagens que conservam um vago ar dramático, tais como afiadores de facas, calceteiros, modistas, consertadores de brinquedos, barmans, damas da noite e bêbados incuráveis. A alegria marota dos meninos antigos no seu atropelo de invernos colegiais. Bolas de meia e natais. Ingênuas devoções. As doutrinas visuais de Hollywood e seus bruxedos, explodindo nas desavisadas telas de Bagé. A noite fronteiriça com suas mesas de bar, sua fusão de virtudes e pecados, seus carteados, seus copetins60 e tangos portenhos. E, sobretudo, o íntimo complexo, visceral mundo das relações familiares, enfocadas, sempre em estado de graça, sem o ranço da obrigatoriedade genética, como encantado e único refúgio contra as hostilidades do planeta. Estes são alguns de seus temas prediletos. Através deles, ERNESTO WAYNE vai urdindo lembranças e traçando, sem perceber, a crônica poética dos avessos de nossa história provinciana, na sua despojada pobreza material latino-americana, platinizada e terna até as mais recônditas entranhas.

Dono de um substancial poderio verbal, autoridade na tecnologia da criação poética, WAYNE consegue raro malabarismo de alcançar, mestre de mil recursos, um virtuosismo rítmico rigoroso, quase obsessivo e, a um só tempo, a indisciplina íntima decorrente de sua visão das vastidões do homem. E assim ele pode povoar, com a mais despreocupada naturalidade, tanto o abismo interno de linguagem, quanto o espaço sideral sem limites dos seres e suas forças motrizes.

Dificilmente alguém escreverá, na fronteira, um poema (...) comoventemente denso, de mais fôlego lírico que "RAMOS DE RAMÓN".

Lançada quando ERNESTO WAYNE está completando 40 oficiais anos de produção poética, segundo artigo publicado, no jornal CORREIO DO SUL, por Augusto Cavalheiro, que focalizava, em 07/09/48 suas inaugurações poéticas, a publicação de "EXTRATO DE CONTA" tem feitio também oficial. Patrocinada pela Prefeitura Municipal de Bagé esta edição comemorativa traz uma proposta: devolver ordenadamente à comunidade o que sempre a ela pertenceu – a febre de criação de ERNESTO WAYNE. Perpetuar esta febre é confirmar e registrar, para a posteridade, o trabalho de um POETA MAIOR.

As cidades têm sempre velhas dívidas com os seus poetas. Porque só eles são capazes de falar sobre elas com a grandiosidade de deuses e a ternura da menina dos anjos.

É justamente isto que ERNESTO WAYNE faz com impressionante competência. Poesia pura. Da mais despojada ousadia. A ousadia de decodificar as gentes e as acontecências de Bagé pela emoção. Essa energia, ao mesmo tempo, tão desvalida e tão poderosa”.61




Carlos Moraes, Guido Moraes,


Na leitura dos exemplares do boletim do Cenarte e do Ecoarte, uma presença que paira no ar é a de Carlos Morais, que retorna a Bagé, em catarse. Experiência semelhante que teve Carlos Alberto Franck62


Nascido em Lavras do Sul (RS), em 1941, Carlos Moraes foi ordenado sacerdote em 1966. Em 1973, com base na Lei de Segurança Nacional, foi julgado e preso em Bagé (RS), cidade onde atuava. Após o episódio, abandonou a carreira religiosa e dedicou-se definitivamente ao Jornalismo, em São Paulo (SP), onde foi repórter da revista Realidade e editor das revistas Psicologia Atual e Ícaro Brasil.

Jornalista e escritor, publicou diversos livros. O primeiro foi de crônicas, O Lobisanjo (Vozes, 1970) e Como ser feliz sem dar certo (Record, 2001). Também escreveu algumas obras infanto-juvenis como A Vingança do Timão (Brasiliense, 1981). Com a publicação, ganhou o Prêmio Jabuti da categoria em 1981. Experiências autobiográficas deram origem aos títulos Agora Deus Vai Te Pegar Lá Fora (Record, 2004) e Desculpem, Sou Novo Aqui (Record, 2008)que narram a trajetória do autor durante o tempo em que ficou recluso como preso político no interior do Rio Grande do Sul, até mudar-se para São Paulo, onde iniciou a carreira como jornalista. A sensibilidade extrema e o humor fino são marcas maiores das obras do autor”.63


A linguagem é meu lugar, meu universo particular e universal

Em viagem às “Terras Altas da Escócia”, Carlos Morais declara que a Coxilha do Haedo64 65 são as nossas “Scottish Highlands66”. Esse gauchismo, que lembra Ivan Pedro de Martins, não é nada gratuito:


Ainda durante o regime militar, Carlos Moraes mudou-se de Bagé para a cidade de São Paulo, provavelmente porque permanecer na cidade seria impossível, porque sua cidade natal era uma cidade pequena, onde seria reconhecido como um preso político e assim não conseguiria se sustentar. Janaína de Almeida Teles, discorrendo sobre literatura de testemunho, emprega o que Freud e LaCapra sintetizam sobre o que as “recordações traumáticas” podem causar: “uma temporalidade demorada ou tardia, um período de latência entre um acontecimento anterior, real ou fantasiado, e outro posterior que de algum modo evoca e dispara de novo a repressão [...] e se faz presente no comportamento” (LACAPRA APUD TELES, 2011, p. 184). Proponho que o evento que fez Carlos Moraes falar sobre sua vivência como um prisioneiro político vítima de acusações inconsistentes, seria a saudade de sua terra, e de seus amigos e familiares que ainda viviam na cidade de Bagé, como seu irmão já falecido Guido Moraes. Segundo o próprio autor, a ideia do livro surgiu:

Da idade e do chimarrão. Eis os dois grandes culpados. Com a idade a gente começa a acordar mais cedo, e um dia fiz um mate, sentei no computador e a coisa foi saindo, a trotezito, floxa no mais. Claro que eu já tinha uma ideia da história, até algumas notas soltas. No mais a culpa é do chimarrão. Foi caindo tantas erva na tecla que um dia minha mulher foi limpar e reclamou: deu quase uma cuia. Expliquei que não tinha jeito, que o chimarrão fazia parte, mantinha vivo o lado verde, pampeano da história’ (MORAES, 2004, p. 2)” (...) “Assim, não cabe a nós discutirmos tanto quais elementos são ou não ficcionais na obra de Carlos Moraes, ou em quais momentos ele foi mais condizente com a ‘verdade’. O livro que escreveu testemunha uma realidade compartilhada por muitos indivíduos, muito mais do que a imita. A obra de Carlos Moraes também se torna um documento no caso sobre como ocorreram as perseguições e prisões, na sua maioria arbitrárias, no interior do Brasil, mesmo sendo em parte autobiográfico, em parte ficção. Uma característica da narrativa de Carlos Moraes é que o autor utiliza diversas expressões regionais para caracterizar seu tempo na prisão, principalmente da região sul do país. Ao ser questionado porque o livro tem diversas expressões gauchescas Moraes relata:

É, culpa do mate. Mas penso que nunca chegam ao maneirismo, a um regionalismo gratuito. Nasci em pleno pampa, em Cerro Branco, distrito de Lavras do Sul, onde minha mãe era professora rural. Vi uma cidade pela primeira vez ali pelos sete, oito anos. Minha infância foi vivida na década de 50 na gauchíssima Bagé. Mas estou há mais de 30 anos em São Paulo, outro mundo. Escrever é revisitar as próprias camadas arqueológicas, e as minhas são plenamente gaúchas. Assim que um certo tinido de esporas no texto é porque pampeano foi o meu mundo primordial, aquele que marca para sempre. E quando então, na cadeia, o personagem encontra gaúchos praticantes como o Bagual e Seu Noé, aí é que a coisa vira um relincho só’ (2004, p. 2)”.67


Guido de Morais, irmão de Carlos, foi referência na cultura local.


Guido de Jesus Machado de Moraes nasceu no dia 10 de janeiro de 1941, na localidade de Cerro Branco, 1° Distrito de Lavras do Sul. Filho de Orival Garibalde Moraes, ex-tropeiro e funcionário do DAER e de Olívia Machado Moraes, professora rural e poetisa, antepenúltimo entre oito filhos. Aos sete anos, veio residir com a família em Bagé. Em 1951, ingressou no Seminário dos Reverendos Padres Capuchinhos, onde permaneceu até completar o 2º ano de Filosofia, curso que concluiu na Fundação Universidade de Bagé. Nessa mesma Instituição Acadêmica, cursou Letras e lecionou: História da Filosofia, Psicologia Experimental, Ética, Teodicéia, Estética, além de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.

Ingressou no Magistério Público, em 1963, onde lecionou Língua Portuguesa e Literatura nos colégios, Dr. Carlos A. Kluwe (Estadual), Espírito Santo, Nossa Senhora Auxiliadora e Instituto São Pedro de Educação e Assistência (ISPEA), tendo, neste último, lecionado igualmente Francês, inglês e Latim.

Foi vereador em Bagé, de 1972 a 1976. Como Vice-Presidente do Legislativo, esteve, diversas vezes, à testa do Executivo. A partir de 1977, exerceu o cargo de Assessor Técnico do Departamento de Assuntos Culturais da Delegacia de Educação.

Após, foi Assessor para Assuntos Especiais da 13ª DE e da 1ª Coordenadoria Regional de Educação.

Foi fundador na década de 1960, com Raul M. Lucas, Alceu L. Arejano, João Pedro Q. Codevilla, Nídio Collares, Arlos, Elias, e Daniel Rodrigues, do primeiro conjunto gaúcho de Bagé, “O Dorminhoco”. Nele, tocava violão e fazia vocal.

Era poeta e compositor, tendo participado de vários festivais pelo Estado. Em Bagé, integrou o “Festival Sentinela da Canção” e várias edições da Semana Crioula Internacional, sempre com poesias inéditas. No Estado, participou dos festivais da “Califórnia da Canção”, de Uruguaiana, “Barranca”, de São Borja e “Tertúlia”, de Santa Maria. Entre os festivais de poesia, participou da “Sesmaria da Canção Gaúcha”, de Osório e “Bivaque”, em Caxias do Sul.

Obteve 1° lugar na modalidade Poesia Inédita na 1.ª, 6.ª e 8.ª “Semana Crioula Internacional de Bagé”, competindo com poetas do Estado e Exterior; 2° lugar no concurso "Jubileu de Prata Fundação Educacional de Alegrete".

Foi sócio atuante dos Centros de Tradições Gaúchas "93", “Prenda Minha”, “Sentinela da Fronteira” e “Centro Nativista Gaspar Silveira Martins”.

Estimulado por amigos, conterrâneos e tradicionalistas, mais que por vontade própria, publicou os seguintes livros: “Fronteiriço — Versos Crioulos” (1979) e “Canto Pampa — Poesia Gauchesca” (1984).

Foi professor e incentivador do poeta Sérgio da Silva Teixeira, que fez o poema “AO MESTRE GUIDO” em sua homenagem.

Faleceu em 17 de março de 2008, deixando a esposa Nídia Collares Moraes, as filhas Patrícia, Rosane e Roberta, além dos netos Lucas e Mariah”.68



Guido de Jesus Machado de Moraes nasceu na localidade de Cerro Branco, 1° Distrito de Lavras do Sul, no dia 10 de janeiro de 1941, foi o antepenúltimo filho de uma ninhada de oito irmãos, cria de Orival Garibaldi Moraes, ex-tropeiro e funcionário do DAER, e de Olívia Machado Moraes, professora rural e poetisa, de quem herdou o dom de poeta e professor. Em 1948 a família Moraes foi residir em Bagé, quando em 1951, o guri ingressou no Seminário dos Reverendos Padres Capuchinhos, donde permaneceu até completar o 2.º ano de Filosofia, formando-se na Fundação Universidade de Bagé, instituição onde também cursou Letras e lecionou História da Filosofia, Psicologia Experimental, Ética, Teodicéia e Estética, além de Língua portuguesa e Literatura brasileira. Em 1963 ingressou no Magistério Público lecionando Língua Portuguesa e Literatura, Francês, inglês e Latim. Como músico, poeta e compositor, atuou em diversos grupos artísticos, consagrando-se vencedor de vários festivais poéticos e musicais nativistas no Rio Grande do Sul, e publicou dois livros de poesia, Fronteiriço e Canto Pampa.

Em sua rica vida cultural, deu importante contribuição na política gaúcha como vereador em Bagé de 1972 a 1976, tendo depois exercido cargos estratégicos em delegacia e coordenadoria estadual de educação, até que em 17 de março de 2008 aos 67 anos, foi lecionar nas escolas do céu, deixando mulher, filhos e netos enlutados, saudosos e orgulhosos pela vida de nosso ente querido gaúcho Guido Moraes, com quem tive o privilégio de conviver em uma das edições do Festival da Barranca em São Borja”.69



Depoimentos para um amanhecer outonal


Cármen Lúcia Simões Pires de Barros, em depoimento pessoal, escreveu sobre Norma:


Norma sempre foi um depoimento vivo e ativista em prol da cultura. Sem partidos, posicionada, inteira. Sem manipulações ideológicas, política no sentido comunitário e social!

Enquanto professora, consciente da importância da educação e cultura como verdadeiros valores para a cidadania plena, assim como voz firme em defesa da mulher, sua força, seu lugar na sociedade e sua poética.

À frente da Cultura abriu as portas e questionamentos sobre a identidade cultural de Bagé e suas fomes. Sempre valorizando e incentivando diferentes formas de arte e artistas. Debates, reflexões, encontros sobre cultura e arte educação, assim como a defesa inafiançável do meio ambiente, em suas mais variadas formas, inclusive humanas, fizeram parte de sua prática cotidiana.

Norma, enquanto tudo apontava para o norte, indicava o sul, nossa geografia, nosso jeito de ser, nossa paisagem e identidade. Que foi expresso em suas falas (sentidas, ressentidas e sensíveis), em seus depoimentos sobre arte e cultura nos jornais, seus poemas, sua participação imprescindível no Culturasul e Ecoarte, sempre em defesa da arte, cultura e patrimônio.

A voz da Norma está aqui junto de seus magníficos poemas e arte. Assim como sua voz firme na defesa da vida. Por isto eterna”.🙏🏽70


Fernando Karam escreveu, eu seu depoimento pessoal, relatava o tempo de Norma:


Fim de verão e o amarelo anunciava a próxima estação, tempo de folhas no chão e de Norma Vasconcellos: foram muitos os encontros com essa observação, escritos e estímulos que, apesar das folhas caídas, a cor denunciava a vida que marcava seu tempo, de outono, e um aconchego à espreita”. 71



Norma lembra o “Concierto de Aranjuez”; e se alguma música pode ser associada à leitura, certamente que o “Concerto d’Aranjuez”, é uma dessas. É como uma lembrança sólida, densa, firme, de quem não olha para trás, mas segue, porque não está no projeto virar, estátua, de sal.










1 Licenciado em História (UFSM). Mestre em História do Brasil(PUCRS). Historiador.

2BUBER, Martin. Sobre Comunidade. Editora Perspectiva. Coleção Debates, n.º 203. São Paulo, 1987.

3Citado por: Cláudio Alex Fagundes da Silva. Indagando o Sentido de Presença e o Sentido da Presença na Educação. Educação: Currículo. PUC/SP. São Paulo, 2006. Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Doutor em Educação: Currículo sob a orientação do Prof. Doutor - José Armando Valente; p.60. http://livros01.livrosgratis.com.br/cp013138.pdf

4MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. Martins Fontes. 2.ª Edição. São Paulo, 1999.

5Citado por: Cláudio Alex Fagundes da Silva. Indagando o Sentido de Presença e o Sentido da Presença na Educação. Educação: Currículo. PUC/SP. São Paulo, 2006. Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Doutor em Educação: Currículo sob a orientação do Prof. Doutor - José Armando Valente; p.65. http://livros01.livrosgratis.com.br/cp013138.pdf

6Citado por: Cláudio Alex Fagundes da Silva. Indagando o Sentido de Presença e o Sentido da Presença na Educação. Educação: Currículo. PUC/SP. São Paulo, 2006. Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Doutor em Educação: Currículo sob a orientação do Prof. Doutor - José Armando Valente; p.66. http://livros01.livrosgratis.com.br/cp013138.pdf

7 Paula Sperb, especial para o JC. Reportagem CULTURAL Notícia da edição impressa de 06/07/2018. Alterada em 12/07 às 15h28min. “De Bagé para o mundo: os homens que revolucionaram as artes plásticas no RS”. https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/cultura/2018/07/636528-de-bage-para-o-mundo-os-homens-que-revolucionaram-as-artes-plasticas-no-rs.html.

8“Em 1989, a qualificação do corpo docente e os fatores de maturidade acadêmica renderam à instituição o reconhecimento como Universidade. O projeto de transformação das Faculdades Unidas de Bagé em Universidade, iniciou-se pela aprovação, em 1986, pelo então Conselho Federal de Educação, da carta consulta encaminhada pela Instituição, reconhecida a Universidade da Região da Campanha (URCAMP), resultando na Portaria ministerial nº 052, de 16 de fevereiro de 1989; Parecer CFE 183/89, conforme Processo nº. 23001.000771/86-45), continuando com sua Mantenedora a FAT. https://urcamp.edu.br/a-urcamp/institucional/historico-da-urcamp

10 Stela Campos de Vasconcellos Trevisan. Testemunho pessoal.

11 Maria de Lourdes Soares Henriques também fez o mesmo curso de especialização de Norma: “Especialização em Teoria Crítica da Arte Contemporânea (1982 – 1982). Faculdades Unidas de Bagé”. https://www.escavador.com/sobre/774569/maria-de-lourdes-soares-henriques .

12 Marly Ribeiro Meira também cursou a mesma especialização: “Especialização em Teoria e Crítica da Arte Contemporânea (1982 – 1983). Universidade da Região da Campanha”. https://www.escavador.com/sobre/2610859/marly-ribeiro-meira

13 Observe-se que o movimento “Arte na Vitrine”, revelava como se desenrolava a cultura em Bagé, em diversos períodos históricos. “Na manhã de sábado, um evento marcou os 25 anos do projeto Arte na Vitrine, na programação de comemoração dos 206 anos de Bagé. Vários representantes de entidades locais, como Associação Comercial e Industrial de Bagé, Secretaria de Cultura e Turismo, Biblioteca Pública Otávio Santos e Casa de Cultura Pedro Wayne realizaram uma caminhada pela avenida Sete de Setembro contemplando as obras expostas. Para Heloísa Beckman, que representa a Casa de Cultura, o projeto mostra aos bageenses a qualidade da arte produzida aqui. Todos os segmentos de arte ganham espaço, como artes plásticas, quadros, esculturas, nossa história é apresentada através destas vitrines, salienta. Foram homenageados os artistas Consuelo Cuerda, Flora Karam, Edison Larronda, Leonardo Costa, Rachel Beckman, Wilhelm Horvath, Danúbio Gonçalves, Norma Vasconcellos, Fernando Karam, Eurico Salis, Attila Siqueira, Glauco Rodrigues, Julio Pimentel, Carlo Andrei, Edmundo Rodrigues, Deni Bonorino, Maria de Lurdes Alcalde, Henrique Tobal, Carlos Scliar, Judith Plentz, Marly Meira, Grecco, Ivan Soares, Sérgio Coirolo e Glênio Bianchetti. O contabilista e vice-presidente de serviços da Aciba, Ricardo Pinto de Souza, ao analisar uma das obras, elogiou o trabalho dos artistas e dos organizadores da iniciativa. Com a correria da nossa rotina, muitas vezes, não temos tempo para parar e analisar a arte, contemplar e perceber a delicadeza de cada obra. Essa iniciativa coloca na nossa rota diária um pouco da beleza da criação destes grandes artistas bageenses, destaca. A visita guiada terminou na loja Sapattaria, com uma confraternização entre os participantes”. “Arte na Vitrine comemora 25 anos com visita guiada pelas obras”. Comunicação Social e Memória Prefeitura Municipal de Bagé; 17 de julho de 2017, 10:43. https://www.bage.rs.gov.br/index.php/2017/07/17/arte-na-vitrine-comemora-25-anos-com-visita-guiada-pelas-obras/ . “JUDITH PLENTZ. 'Uma preciosidade de Bagé em Porto Alegre'. Nasceu em Bagé. É graduada em Educação Artística e Artes Plásticas [Estudou Artes Plásticas na instituição de ensino URCAMP – Bagé/RS. https://pt-br.facebook.com/Juplentz], pós-graduada em História da Cultura Contemporânea e especialista em Arteterapia [Estudou na instituição de ensino URCAMP – Arteterapia. Turma de 1995.https://pt-br.facebook.com/Juplentz ]. Professora em cursos de Pós-Graduação em Centrarte e Arteterapia em Porto Alegre. Desenvolve trabalhos de reabilitação em clínicas e hospitais. A Artista Plástica é executora de vários projetos na área de humanização por meio da arte em vários lugares do Brasil. É apaixonada pela Cultura e pela Rainha da Fronteira, ela criou através da Internet, um "Grupo de Bageenses em Poa e no mundo", que ja passou dos 1.500 membros (setembro/2011) . http://bagealemfronteira.blogspot.com/2007/12/bag-e-suas-raizes.html . Postado por Manoel Ianzer, às 18:38. Sexta-feira, 28 de dezembro de 2007. [https://br.linkedin.com/in/judith-plentz-b7446525 ]. “Rachel Ustárroz Beckman, bageense, formada em Desenho e Pintura na UFRGS, PoA. Artista plástica, professora no curso de Educação Artística da URCAMP, integrante dos movimentos de preservação do patrimônio do pampa. Registrou paisagens, casarios, homens e mulheres. Exímia pintora de nossas cores e luzes. Dominava o desenho. Um dos grandes nomes da arte produzida em Bagé”. [quinta-feira, 16 de junho de 2011. "Talentos nos 200 anos de Bagé" na Assembleia Legislativa. O Memorial da Câmara já tem 3 obras para participar dos “Talentos dos 200 anos de Bagé”, na Assembleia Legislativa RS, de 18/07 a 22/07. http://memorialcvb.blogspot.com/2011/06/talentos-nos-200-anos-de-bage-na.html ].

“CONSUELO CUERDA. Formação: Desenho, Plástica e Educação Artística – professora estadual e universitária (URCAMP) de 1973 até 2005. Responsável pelas disciplinas de Xilogravura, Gravura em Metal, Cerâmica, Expressão Plástica I, Composição Plástica III entre outras. Pós-graduada em Teoria e Crítica das Artes Contemporâneas. Foi Vice Diretora da Faculdade de Belas Artes em 1985 e coordenadora do Laboratório de Artes Visuais do CENARTE, durante 15 anos. Fez vários cursos de aprofundamento, principalmente em gravura e outras formas de expressão, como desenho, pintura, cerâmica, processos de estampagem gráfica entre outros, com vários professores e artistas plásticos entre eles: Armando Almeida, Danúbio Gonçalves, José Carlos Roth, Virgínia Quites, Paulo Porcella, Rubem Grilo, Maria Emília Campos, Carlos Fajardo, Yara Guasque, Eliana Santos Rocha, Regina Ohlweiler, Maria Estela Salvatori, Milton Urdigh, Evandro Carlos Jardim, Trindade Leal, Jorge Fernandez Chiti, Alex Gama, George Korns, Mara Caruso, Anico Herskovits, entre outros. Participou de várias exposições coletivas e individuais em Bagé, em vários estados do Brasil e no exterior; inúmeros seminários, congressos e encontros de Arte Educação. Fez parte do Núcleo de Gravura do Rio Grande do Sul”. “Memórias do meu lugar mostra a produção de dez artistas bageenses, cada um com suas peculiaridades e processos de imagens tangenciados pela memória e diferenciação de caminhos: percorridos percebidos construídos. Esta mostra em uma 1.ª edição, se contrapõe aos não lugares da supermodernidade e inaugura o mês de julho na cidade de Bagé celebrando o Lugar e seu espírito”. http://docplayer.com.br/9110110-Norma-vasconcellos-rejane-karam-jussara-casarin-theo-gomes-carlo-andrei-teresa-poester-marta-loguercio-marly-meira-consuelo-cuerda-heloisa-beckman.html. “Heloísa Beckman nasceu em Bagé. Formada em Ciências Sociais, Educação Artística, Desenho e Plástica na URCAMP. Especialização em Sociedade, Cultura e Política da América Latina e Pós Graduada em Teoria e Crítica da Arte Contemporânea. Como pintora e gravurista participou de inúmeras exposições coletivas em Bagé, em várias cidades do Rio Grande do Sul e também no Uruguai. Selecionada para realizar exposições individuais em Bagé, Montenegro, Novo Hamburgo, Pelotas e Porto Alegre. Seus trabalhos em gravura foram expostos, selecionados e premiados em Porto Alegre, Novo Hamburgo, Santa Maria, Cascavel, Montenegro, Londrina e ainda na Espanha, Suíça e França. Participante de diversos grupos culturais da cidade: NPHTT, Ecoarte, Associação Pró Santa Thereza, Associação dos Amigos da Casa de Cultura Pedro Wayne, Compreb. Hoje dedica-se à pintura e cerâmica. Também à pesquisa, apresentando trabalhos sobre o Patrimônio da região” . “Memórias do meu lugar mostra a produção de dez artistas bageenses, cada um com suas peculiaridades e processos de imagens tangenciados pela memória e diferenciação de caminhos: percorridos percebidos construídos. Esta mostra em uma 1.ª edição, se contrapõe aos não lugares da supermodernidade e inaugura o mês de julho na cidade de Bagé celebrando o Lugar e seu espírito”. http://docplayer.com.br/9110110-Norma-vasconcellos-rejane-karam-jussara-casarin-theo-gomes-carlo-andrei-teresa-poester-marta-loguercio-marly-meira-consuelo-cuerda-heloisa-beckman.html. “MARLY MEIRA. Doutora em Educação, pesquisadora. Graduada em Artes Plásticas, especialização Teoria e Crítica da Arte Contemporânea (URCAMP), Artes Plásticas: Teoria e Práxis (PUC) em Educação e Arte. Cidadã Bageense (Câmara de Vereadores) ÁREAS DE PESQUISA: filosofia da criação, estética do cotidiano, poéticas contemporâneas. Fundamentos artístico/estéticos na Educação, formação de arte-educadores, política cultural, questões envolvendo Ecologia e Arte. Artista plástica com uma produção que dá ênfase às imagens do cotidiano, especialmente aos espaços que configuram a paisagem da campanha gaúcha, sua gente, suas práticas ligadas à natureza. Ex-Presidente da Associação Gaúcha de Arte-Educação e do Conselho Municipal de Cultura (Bagé). Ex-Diretora do Curso de Educação Artística e Centro de Arte (CENARTE-URCAMP)”. CONTATO: email: meiraly@gmail.com. “Memórias do meu lugar mostra a produção de dez artistas bageenses, cada um com suas peculiaridades e processos de imagens tangenciados pela memória e diferenciação de caminhos: percorridos percebidos construídos. Esta mostra em uma 1.ª edição, se contrapõe aos não lugares da supermodernidade e inaugura o mês de julho na cidade de Bagé celebrando o Lugar e seu espírito”. http://docplayer.com.br/9110110-Norma-vasconcellos-rejane-karam-jussara-casarin-theo-gomes-carlo-andrei-teresa-poester-marta-loguercio-marly-meira-consuelo-cuerda-heloisa-beckman.html . “REJANE KARAM FORMAÇÃO SUPERIOR Educação Artística – Licenciatura Artes Plásticas - 1980 CURSOS • Curso de entalhe Prof.Antônio Barbosa – Bagé, RS 1979 • Curso de Gravura em Metal – Prof. Armando Almeida- 1980 • Curso Desenho a Pastel – com Stina Beckman, 1994Curso de Desenho com Paulo Porcella, 1994Curso Oficina de Acrílico com Danúbio Gonçalves, 1996 Curso Desenho e pintura com Teresa Poester, 1996 • Curso Criativo de Desenho e possibilidades – João Luiz Roth, 1997Curso de Desenho e pintura – Danúbio Gonçalves, 1998 • Curso de Linguagens da pintura – Cenarte, Bagé- Regina Ohlweiler- 1999 • Curso de Desenho e pintura- corpo humano- Marcelo Zeni,- 2001 • Processos Criativos com, Fabriano Rocha, Ateliê Plano B , PoA • 2012 / 2013”. Email : rekaramosorio@hotmail.com . www.rejanekaram.blogspot.com . “Memórias do meu lugar mostra a produção de dez artistas bageenses, cada um com suas peculiaridades e processos de imagens tangenciados pela memória e diferenciação de caminhos: percorridos - percebidos - construídos. Esta mostra em uma 1ª edição, se contrapõe aos não lugares da supermodernidade e inaugura o mês de julho na cidade de Bagé celebrando o Lugar e seu espírito”. http://docplayer.com.br/9110110-Norma-vasconcellos-rejane-karam-jussara-casarin-theo-gomes-carlo-andrei-teresa-poester-marta-loguercio-marly-meira-consuelo-cuerda-heloisa-beckman.html

14 Stina Birgitta Beckman revela como era a produção artística em Bagé, na década de 1970. “Em 1928, seu contrato com o governo brasileiro terminou e não foi renovado. Iwar, com a esposa e seus dois filhos, nascidos no Brasil (Stina Birgitta e Ruy Guilherme), retornou para a Suécia, mas apenas um ano depois, a convite de Getúlio Vargas, então presidente do RS, a família retornou ao nosso país. O local escolhido, dessa feita, foi Bagé, onde foi implantada a Estação Experimental Fitotécnica da Fronteira, fundada em 1929. Iwar viveria lá até o final da sua preciosa vida. Pessoas como ele, que, injustamente, mal ou nem conhecemos, foram decisivas para o desenvolvimento do nosso Estado e do nosso país. Felizmente, o livro elaborado pela neta Heloísa deixa isso muito claro, tanto quanto enfatiza a nossa ignorância histórica e nossa ingratidão”. Fonte: Gaúcha ZH. “O Pai do Trigo”. Em 1925, na antiga Estação de Seleção de Sementes de Alfredo Chaves (atual Veranópolis), Iwar realizou o primeiro cruzamento artificial em trigo no Brasil. Surgia aí a base genética do que se poderia chamar de trigos genuinamente brasileiros. Publicado em 22/03/2018. https://biotrigo.com.br/bionews/o-pai-do-trigo/1400 , https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/almanaque/noticia/2018/03/o-pai-do-trigo-cjexboz51042901p4709b0sti.html . “Stina Birgitta Beckman; Veranópolis/RS, 1928”. http://www.margs.rs.gov.br/wp-content/uploads/2015/12/CatalogoMargsCompleto.pdf . “Artista gaúcha laureada expõe em Brasília. Stina Birgitta Beckman inaugurou ontem, sob o patrocínio da Fundação Cultural do Distrito Federal, a mostra de pinturas e esculturas, na Sala de Exposição do Setor de Difusão Cultural. A artista, natural do Rio Grande do Sul, formou-se em 1947 pelo Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul, em Artes Plásticas, mas somente em 1970 passou a dedicar-se à pintura e escultura. Neste mesmo ano reuniu seus trabalhos numa exposição realizada em Santa Maria. É detentora de duas medalhas de ouro, conquistadas no 3º Salão Bageense de Artes Plásticas, pelos trabalhos "Vendedora de Flores" (óleo) e "Biafra", escultura. Na mostra que se prolongará até o dia 23, Stina Birgitta Beckman apresenta 16 telas e 10 esculturas, focalizando seus últimos trabalhos. (BI)” . DISTRITO FEDERAL. Órgão Oficial do Poder Executivo do Distrito Federal. BRASÍLIA, terça-feira, 18 de julho de 1972. Ano V, nº 108, p. 2. http://www.tc.df.gov.br/sinj/Diario/108a29f4-33bc-3ce5-8525-8ece12f158d2/ecae15d5.pdf

15 Na década de 1940, com o modernismo, e na década de 1950, como realismo socialista, como fruto de reflexões sobre a “Guerra Fria”, oriundas principalmente da antiga União Soviética, e da revolução chinesa, observa-se como tais ideias deslocam-se para a região da campanha do Rio Grande do Sul. “Nessa época, Carlos Petrucci, Danúbio Gonçalves e Iberê Camargo encontram-se em fase de formação artística, mas também fazem novas experiências formais e procuram divulgar o modernismo no RS. [Danúbio e Iberê estudam, nos anos 40, no Rio de Janeiro, com artistas modernistas e conhecem as novas modalidades expressivas. Petrucci é autodidata. Em entrevista à autora (25/6/1980), ele destaca o papel de Scliar entre os jovens, no sentido de conscientizá-los de que a liberdade é indispensável à criação. Deve-se salientar que Iberê expõe suas pinturas em 1944, em Porto Alegre, e que Danúbio passa, regularmente, suas férias em Bagé, onde difunde o modernismo] Petrucci pesquisa diferentes sistemas de representação pictural, enquanto os dois últimos artistas, que estudam no Rio de Janeiro, privilegiam formas expressivas, nas quais focalizam temas sociais e urbanos, caros igualmente aos artistas modernistas do centro do país”(p. 68). (…) Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves e Vasco Prado [Scliar (1947-50), Vasco (1947-8) e Danúbio (1949-50) estiveram na Europa estudando] estudam em Paris, onde participam do Movimento pela Paz e aderem ao Realismo Socialista, em oposição à arte abstrata, considerada, no pós-guerra, como expressão do imperialismo norte-americano e do gosto burguês. Nesta ocasião, eles conhecem a gravura chinesa, utilizada por Mao com o fim de informar à massa, bem como o gravador mexicano, Leopoldo Méndez, criador do Taller Gráfica Popular (TGP). Ao tomarem conhecimento de sua experiência e de sua colaboração com o projeto de reformas sociais no seu país, eles, quando retornam ao Brasil, fundam em 1950 o Clube de Gravura de Porto Alegre (CGPA), [Scliar e Vasco fundam o CGPA ] imbuídos pelo Realismo Socialista e pela militância política. Esses artistas procuram consagrar a gravura como categoria artística, expondo-a nos salões e mostras coletivas, em oposição à arte internacional abstrata que penetra no Brasil, através da Bienal de São Paulo e dos novos museus. [Com a criação dos Museus de Arte Moderna de São Paulo e Rio de Janeiro, do Museu de Arte de São Paulo e a vinda de exposições das vanguardas européias e americanas, a arte no Brasil sofre nova internacionalização. Nessa época, o mercado de arte começa a se estruturar, com o aparecimento de várias galerias, as quais, com a crítica de arte, pressionam os artistas a adotarem as poéticas do Abstracionismo, do Construtivismo e do Concretismo. É à difusão desses movimentos internacionais que os membros do CGPA procuram resistir].

Maria Lúcia Bastos Kern. “A emergência da arte modernista no Rio Grande do Sul” [Os dados contidos no presente estudo foram extraídos da tese de doutorado da autora, Les origines de la peinture moderniste au Rio Grande do Sul. Paris: Univ. de Paris I - Sorbonne, 1981]. In Criação plástica no Rio Grande do Sul/ Paulo Gomes, Bianca Knaak e Vinício Giacomelli (org.). Porto Alegre: Museu de Arte Contemporânea: IEL: Corag, 2002, p. 151. https://www.ufrgs.br/acervopbsa/wp-content/uploads/2020/06/PAULO-GOMES-ARTES-PL%C3%81STICAS-NO-RGS-UMA-PANOR%C3%82MICA-1-1.pdf .

16 http://coral.ufsm.br/roth-infogravuras/historiadevida.htm . https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Luiz_Roth . “João Luiz de Oliveira Roth”. https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa269349/joao-luiz-roth . “O corpo humano surgiu nas representações bidimensionais e tridimensionais, congregando jovens artistas e outros já consagrados. A volta de Iberê Camargo a Porto Alegre no início dos anos 80, as grandes exposições comemorativas dos 70 anos deste artista, de Xico Stockinger e de Vasco Prado, respectivamente, pintor e escultores, os livros lançados sobre os três, sendo sem dúvida as três grandes figuras contemporâneas do cenário artístico regional, já consagradas nacionalmente, foram determinantes na definição de muitos jovens artistas que optaram na década de 80 pela figuração e pela representação do corpo humano. A estes, somaram-se artistas de uma geração intermediária e com um trabalho já consolidado, como Mário Röhnelt, Milton Kurtz, Carlos Carrion de Britto Velho, Luiz Gonzaga Mello Gomes, Maria Lídia Magliani, João Luiz Roth, etc. Alguns artistas realizaram trabalhos com alusões ao corpo, em óticas diferenciadas. Por exemplo, Vera Chaves Barcellos, sobretudo na série intitulada Epidermic scapes, e Irineu Garcia, que explorou em suas esculturas a questão tátil e orgânica”. (Artes Plásticas no Rio Grande do Sul : Pesquisas recentes. / organizado por Maria Amélia Bulhões. Porto Alegre : Editora da UFRGS; Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, 1995, p.177). https://books.google.com.br/books?id=vX-kKnDld1QC&hl=pt-BR&source=gbs_navlinks_s

17 http://www.ufrgs.br/acervoartes/artistas/p/porcella-paulo . “Paulo Porcella. Pintor, Desenhista, Professor, Gravador; 1936 - Passo Fundo – RS. Formado pela Escola de Artes da UFRGS, Porto Alegre, fez aperfeiçoamento em pintura com Ado Malagoli em 1961. Desde 1962 participa de salões e coletivas, expôs individualmente em Porto Alegre, em inúmeras ocasiões, e em outras capitais. Detentor de diversas premiações, recebeu, em 1973, o prêmio Pedro Weingärtner no II Salão de Artes Visuais da UFRGS, com a pintura em grande formato Homenagem a um orixá. Foi professor no Instituto de Belas-Artes de Novo Hamburgo e no Atelier livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Dedicou-se um período ao paisagismo com muito acerto, onde captava de forma personalizada as olarias dos arredores de Porto Alegre. Atualmente seu motivo é a figura de manequins. Em 1994 expôs individualmente na Galeria Iberê Camargo, Usina do Gasômetro, Porto Alegre, e Galeria Alencastro Guimarães, comemorando trinta anos de pintura. Para José Luiz do Amaral: "Paulo Porcella é um pintor que conhece os segredos do seu fazer, o que lhe permitiu impor-se como artista e como professor" e mais adiante, "suas figuras podem talvez evocar no espectador a lembrança da desolação das paisagens, da opulência agressiva da carne crua e do sangue, ou mesmo a solidão e o drama humano tomado como enigma na relação entre manequins, armaduras e figuras femininas". https://www.galart.com.br/artista/paulo-porcella/ . “Paulo Porcella nasceu em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, no dia 04 de fevereiro de 1936. Ingressou no Instituto de Artes da UFRGS em 1957. Em 1961, aos 25 anos, Porcella faz a sua primeira exposição na Alliance Française em Porto Alegre. Em 1963 conclui o curso na universidade, decide passar seis meses só pintando. Segue, então, sua jornada de exposições como nome que já figura nas agendas de diversas galerias em Porto Alegre. Nessa ocasião é convidado para lecionar no Instituto Técnico de Desenho, o ITD, onde desempenhou a função de professor, de 1964 a 1966. Inicia-se na carreira de arte educador. Em 1968 é professor contratado pela Escola de Belas Artes, em Novo Hamburgo, e em 1973 também passa a lecionar na Escola Superior de Artes Santa Cecília, em Cachoeira do Sul, até 1975. Ingressou na Prefeitura de Porto Alegre como instrutor de artes plásticas no Atelier Livre, quando o mesmo deixou o Altos do Mercado Público, transferido para a Rua Lobo da Costa nº291. Porcella, na “cadeira” de pintura, integra a equipe já composta por Danúbio Gonçalves, em técnicas gráficas, Paulo Peres, no desenho, Anestor Tavares, nos entalhes e Wilbur Olmedo, na cerâmica. Mesmo desempenhando a função de instrutor de arte e diretor do atelier livre da prefeitura, em 1980-81, Porcella continua a sua produção como artista plástico. A dupla função de artista plástico e facilitador no ensino das artes é uma constante na vida de Porcella. Do encontro com o escritor Luiz Antônio de Assis Brasil, colega do Atelier Livre, surge a proposta do Atelier Estúdio de Artes Visuais, uma escola de arte que funcionou na Rua Tobias da Silva nº 120, em 1981 – 82 e contava com uma equipe de grandes mestres: Alice Brueggemann, Nataniel Guimarães, Plínio Bernhardt, Paulo Porcella e Vera Wildner. O atelier também oferecia palestras sobre arte e literatura com artistas convidados do cenário nacional e mantinha ainda uma pequena galeria de arte. Durante sua trajetória nas artes visuais, Porcella, além de desenvolver uma carreira individual nos seus antigos ateliers na Rua Dr. Flores, na Galeria Nação e, posteriormente, na esquina com a Siqueira Campos, onde também tinham ateliers os artistas plásticos Jader Siqueira, João Mottini e Fernando Baril, participou de grupos de experimentação e pesquisa nas artes visuais. Destacam-se entre eles o Atelier 6, que desenvolvia suas atividades no atelier da artista Isabel Marroni, em 1990, tendo como integrantes, além de Paulo Porcella e Isabel Marroni, Rosy Moreno, Elizabeth Costa, Miguel Ból e Celina Ten Caten. Posteriormente contaram também com a participação de Ângelo Braguirolli, Rosana Almendares, Marilia Fayh Paulitsch e Marisa Veeck. O Atelier 6 fez várias exposições no estado do Rio Grande do Sul e no país até 1998. Em 1996 o grupo passa a fazer parte e a expor com a ENARTES. Tendo início em 1995, a Enartes – Encontro das Artes –, grupo organizado por Adair Ferreira de Souza e Jossenei da Silva Souza e tendo como “madrinha” e incentivadora Alice Brueggemann, tem por objetivo promover exposições, workshops e intervenções artísticas itinerantes pelo Rio Grande do Sul, Brasil e Europa. De 2005 a 2007, Porcella compôs a equipe de instrutores de arte no MARGS, com Plínio Bernhardt e Ênio Lippmann, onde criou o curso “Desenhe Pintando”. Ao longo destes cinquenta anos de arte e ensino de arte, Porcella tem mantido diálogo com outros artistas e aprendizes, pois acredita no enriquecimento que estas trocas promovem à reflexão, sempre realimentando o processo criativo”. https://www.galeriaespacoculturalduque.com.br/paulo-porcella1/ . Paulo Porcella, ao que tudo indica, esteve na década de 1990, em Bagé. “Também, em 1994, expôs no Museu de Gravura Brasileira na URCAMP − Bagé/RS; em 2000, a exposição 'Tarô do Imaginário', no Museu de Artes Visuais Ruth Scheneider, em Passo Fundo/RS e 'Miradas de España', na Galeria Marisa Soibelmann Espaço de Cultura e Arte em Porto Alegre; em 2002, no Espaço Cultural Brasil/Espanha, com a série 'Tragédia Ritualizada-Touradas'”. Câmara Municipal de Porto Alegre. PROC. N. 4405/05 PR. N. 0121/05. “EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS”. https://www.camarapoa.rs.gov.br/draco/processos/72818/044052005PR.pdf . “Danúbio, que além de ter uma capacidadeartística inquestionável, faz opinião em sua coluna no jornal cultural Fala Brasil. Recentemente o artista plástico esteve no México para gravar cenas para um documentário sobre sua vida e obra, produzido pelo diretor Henrique Freitas Lima. Em uma boa conversa nas mesas dos Altos do Mercado, o artista plástico falou dos tempos do Atelier Livre no Mercado. Lembrou do coordenador das atividades neste espaço, o amigo Xico Stockinger, um dos mais importantes escultores gaúchos. E do tenso momento em 1964, durante o golpe militar, quando o Atelier abrigou por alguns dias o “Comitê de Propaganda e Resistência Popular”. Ele que dirigiu o Atelier durante longos anos, lembrou ainda de outros que também estiveram a frente do espaço, como Paulo Porcella, Aglaé Machado e Tatata Pimentel”. [“Danúbio aos 85 anos: do Clube de Gravura de Bagé para o velho continente”. Jornal Do Mercado; 08/03/2010 15:57. https://jornaldomercado.com.br/danubio-aos-85-anos-do-clube-de-gravura-de-bage-para-o-velho-continente/ . “Salão da Câmara reúne 22 artistas do Estado; 2º piso da Câmara (Avenida Loureiro da Silva, 255). Até 7 de outubro, das 8 às 18 horas, de segundas a sextas-feiras. Trabalhos de 22 artistas do Rio Grande do Sul estão expostos no 21.º Salão de Artes Plásticas Câmara Municipal de Porto Alegre, aberto neste mês. São 37 obras de 11 diferentes técnicas que podem conhecidas até 7 de outubro, com entrada gratuita. O evento deste ano também presta uma homenagem aos 80 anos do pintor gaúcho Paulo Porcella, um dos mais importantes artistas do Estado”. Breaking News. 23 de setembro de 2016; 14:17. Sul21 recomenda A Comunidade, O Silêncio do Céu e a Ospa. Por Desenvolvedor. rahel@santins.com.br . https://sul21.com.br/breaking-news/2016/09/sul21-recomenda-a-comunidade-o-silencio-do-ceu-e-a-ospa/

18 Teresa Poester revela um pouco sobre o que foi a década de 1990, no estado. “Nem só de proposições de cunho institucional vivem as artes visuais em Porto Alegre. Um exemplo significativo pode ser apontado no Torreão, inaugurado em 19 de junho de 1993, por iniciativa dos artistas Jailton Moreira e Élida Tessler, tendo como eixo central o desejo de criar um espaço de interlocução entre prática e reflexão em arte contemporânea, por cursos, encontros e debates entre artistas, intelectuais, estudantes e interessados em geral. As intervenções, realizadas por artistas convidados, com trabalhos elaborados especialmente para o espaço da torre – uma peça medindo em torno de 12m2 e doze janelas em forma de arco – ocorrem sistematicamente, conferindo maior visibilidade à linha de atuação cultural proposta pelos idealizadores do espaço. Desde sua inauguração, o Torreão já apresentou realizações de artistas como Marco Gianotti, Heloisa Schneiders da Silva, Elaine Tedesco, Lia Menna Barreto, Nick Rands, Ricardo Basbaum, Geraldo Orthof, Vera Chaves Barcellos, Teresa Poester, Maria Lúcia Cattani, Eduardo Frota, Dudi Maia Rosa, entre outros, sendo que também é cenário para inúmeros encontros e debates entre os expositores, pesquisadores, estudantes e público. O Torreão chega ao final da década como um espaço consolidado para arte contemporânea fora do âmbito institucional, apesar de manter estreito diálogo com o mesmo, por intercâmbios e parcerias informais. Assim, a sala de estar do Torreão já recebeu Julio Le Parc, Leonor Amarante, Regina Silveira e Diana Domingues para uma conversa anterior à II Bienal do Mercosul, Vera Chaves Barcellos comentando seu trabalho e muitos outros convidados”. Ana Maria Albani de Carvalho. “Apontamentos para uma reflexão sobre a produção artística nos anos 90”. In Criação plástica no Rio Grande do Sul/ Paulo Gomes, Bianca Knaak e Vinício Giacomelli (org.). Porto Alegre: Museu de Arte Contemporânea: IEL: Corag, 2002, p. 151. https://www.ufrgs.br/acervopbsa/wp-content/uploads/2020/06/PAULO-GOMES-ARTES-PL%C3%81STICAS-NO-RGS-UMA-PANOR%C3%82MICA-1-1.pdf . “TERESA POESTER. Nasceu em Bagé, RS em 1954 e mudou-se ainda criança para Porto Alegre. Como artista plástica e professora, dedica-se ao desenho e suas múltiplas possibilidades, mesclando vídeo, livro de artista e fotogravura. Expõe desde 1978 coletivamente, na Bélgica, Alemanha, Uruguai, e Coréia; individualmente, no Brasil, Argentina, Espanha, França e Bélgica. Entre 1979 e 1986, atuou como artista plástica e professora; realizou trabalhos de cenografia para teatro e cinema, trabalhou como artista gráfica e ilustradora. Neste período, participou do movimento de Arte Postal expondo em diferentes países. Entre 1986 e 1989, estudou pintura em Madri. De volta a Porto Alegre, a partir dos anos 90, começou a escrever sobre arte. Ainda nessa época ingressou como professora no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Entre 1998 e 2002 viveu em Paris, onde pesquisou e realizou sua tese de doutorado. Em licença provisória como professora de desenho no IA, voltou a viver na França entre 2006 e 2009, ficando em Eragny-sur-Epte, na Normandia, onde se dedicou exclusivamente à sua prática artística. Em agosto de 2009 retomou suas atividades em Porto Alegre criando o grupo atelier d43 que investiga a relação do desenho com outras linguagens no IA- UFRGS”. “Memórias do meu lugar mostra a produção de dez artistas bageenses, cada um com suas peculiaridades e processos de imagens tangenciados pela memória e diferenciação de caminhos: percorridos - percebidos - construídos. Esta mostra em uma 1ª edição, se contrapõe aos não lugares da supermodernidade e inaugura o mês de julho na cidade de Bagé celebrando o Lugar e seu espírito”. http://docplayer.com.br/9110110-Norma-vasconcellos-rejane-karam-jussara-casarin-theo-gomes-carlo-andrei-teresa-poester-marta-loguercio-marly-meira-consuelo-cuerda-heloisa-beckman.html

19 Há muitas semelhanças entre Norma e Rejane Maria Dias Karam Osório, em termos de cursos. “Rejane Karam. Formada em Educação Artística na URCAMP , Bagé - RS em 1980 , Cursos de Extensão e Oficinas com Danúbio Gonçalves, Paulo Porcela, Teresa Poester, Regina Ohlweiler, Marcelo Zeni e João Luís Roth. Processos Criativos com Fabriano Rocha ,Porto Alegre, 2012.

Exposições individuais:

galeria Ouro do Banco do Brasil - Bagé 1997

Espaço CEEE 1996 ,

Novos Talentos - SESC - Bagé - 1996,

Pinacoteca Ênio Pinelli- Montenegro -RS, 1998, [Pinacoteca Ênio Pinelli – Secretaria de Cultura de Montenegro – julho, 1998. “Memórias do Meu Lugar”]

Gravura Galeria de Arte-PoA-2017.

Coletivas:

Momentos de Bagé em Maldonado e Tacuarembó - Uruguai ,

Momentos de Bagé Galeria Arte e Fato - PoA -2003,

Casa de Cultura Pedro Wayne - Bagé,

Galeria Breche - Rio Grande -RS,

IV Convocatória Encaixando a Arte-Atelier Plano B-PoA- julho 2013,

II Mostra 10x10 75 Anos é 10- Espaço Chico Lisboa- PoA- abril 2014,

Exposição Cultura e Cotidiano-Seleção Chico 2014- junho 2014,

Exposição Memórias do Meu Lugar - Espaço Cultural Da Maya- julho 2014,

Mostra Ideal - Miniart 2014 - Espaço Duque -PoA , agosto 2014 ,

Exposição Coletiva Chico Lisboa na Galeria do DMAE, PoA 2019,

Atlântida Arte Gravura Galeria de Arte, 2017, 2018, 2019, 2020.

Trabalho com arte há 30 anos, sendo nos últimos 17 anos no Atelier Rejane Karam do qual sou proprietária. Participação em várias exposições em eventos e comemorações na cidade de Bagé e também na Assembléia Legislativa em Poa durante a comemoração dos 200 anos de Bagé.

Também participou com uma intervenção artística em uma poltrona da designer Eulália Anselmo na Casa Brasil em Bento Gonçalves em agosto de 2011. https://br.linkedin.com/in/rejane-karam-2a034b37 . “Acontece nesta sexta-feira (24), a terceira edição do projeto “Falando em Arte”, na Biblioteca Pública Otávio Santos. Nesta ocasião, o projeto aborda os aspectos e obras do pintor inglês, Joseph William Turner, e seu pioneirismo retratando paisagens exóticas, quando iniciou a produzir suas obras independente de formas e temas, dando início ao abstrato, através do uso livre de cores e formas. De acordo com a secretaria de Cultura e Turismo, Anacarla Flores, todos os eventos que envolvam a pasta e a biblioteca serão interligados, ou seja, a mostra das obras de Turner no espaço de leitura, culminará com a exposição de 16 artistas na Galeria de Artes Edmundo Rodrigues (Porão Palacete Pedro Osório). Segundo o diretor da exposição, Gilmar de Quadros, serão expostos trabalhos dos seguintes artistas: Ana Luisa Gonzalez Brasil, Tity Pons, Rejane Karam Osório, Heloisa Beckman, Beatriz De Sottomaior Santini, Maria Clara Leiria, Maria do Carmo Martins Marques, Lola Rodriguez, Norma Vasconcellos, Amélia Teresinha Pinheiro, Méry Cristina Brignol Uberti, Jussara Valente Casarin, Deli Germano, Lúcia Gomes, Judith Plentz, e Marcela Meirelles. “Estamos trabalhando para falarmos a mesma linguagem, integrando artistas e obras, em eventos que falam a mesma linguagem. A mostra vai reunir cenários abstratos, a nossa proposta”, destaca Anacarla. Para a diretora da biblioteca, Lúcia Gomes, a discussão da obra de Joseph Turner e a exposição abstrata, demonstra a união das artes, de diferentes maneiras. “Ela reforça que o espaço é próprio para fomentar o talento, especialmente, dos artistas que queiram mostrar seus trabalhos”, disse. A exposição das obras na galeria pode ser visitada até o dia 17 de setembro, das 13h30 às 17h30. A terceira edição do “Falando em Arte” acontece nesta sexta-feira. Comunicação Social e Memória Prefeitura Municipal de Bagé; 21 de agosto de 2018, 11:32. https://www.bage.rs.gov.br/index.php/2018/08/21/terceira-edicao-do-falando-em-arte-acontece-nesta-sexta-feira/ .

20Memórias do meu lugar’ mostra a produção de dez artistas bageenses, cada um com suas peculiaridades e processos de imagens tangenciados pela memória e diferenciação de caminhos: percorridos - percebidos - construídos. Esta mostra em uma 1ª edição, se contrapõe aos não lugares da supermodernidade e inaugura o mês de julho na cidade de Bagé celebrando o Lugar e seu espírito”. http://docplayer.com.br/9110110-Norma-vasconcellos-rejane-karam-jussara-casarin-theo-gomes-carlo-andrei-teresa-poester-marta-loguercio-marly-meira-consuelo-cuerda-heloisa-beckman.html

21 http://bagealemfronteira.blogspot.com/2007/12/bag-e-suas-raizes.html.. Postado por Manoel Ianzer, às 18:38. sexta-feira, 28 de dezembro de 2007.

22 "JUSSARA VALENTE CASARIN NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA”. Postado por Memorial às 04:59. Segunda-feira, 27 de junho de 2011. http://memorialcvb.blogspot.com/2011/06/jusara-valente-casarin-na-assembleia.html .

23Memórias do meu lugar mostra a produção de dez artistas bageenses, cada um com suas peculiaridades e processos de imagens tangenciados pela memória e diferenciação de caminhos: percorridos - percebidos - construídos. Esta mostra em uma 1ª edição, se contrapõe aos não lugares da supermodernidade e inaugura o mês de julho na cidade de Bagé celebrando o Lugar e seu espírito”. http://docplayer.com.br/9110110-Norma-vasconcellos-rejane-karam-jussara-casarin-theo-gomes-carlo-andrei-teresa-poester-marta-loguercio-marly-meira-consuelo-cuerda-heloisa-beckman.html

24 CIDADE. “Bagé perde a artista Norma Vasconcellos”. Em 05/10/2021 às 08:30h; por Redação JM. https://www.jornalminuano.com.br/noticia/2021/10/05/bage-perde-a-artista-norma-vasconcellos

25 Heloisa Beckman; 5 de outubro de 2021. https://hi-in.facebook.com/ecoartebg/posts/397969741942486 .

26 CIDADE. Sarita Barros é a nova coordenadora do Cultura Sul. Publicada em 07/08/2017. https://www.jornalminuano.com.br/noticia/2017/08/07/sarita-barros-e-a-nova-coordenadora-do-cultura-sul

27“Marx, assim, seria um epistemólogo que se manteve distante do mundo empírico. Sua relação com a economia clássica, segundo Althusser, resume-se em denunciar a ideologia e fazer falar o recalcado. Mas Marx, além de se apropriar dos conceitos científicos e mostrar os limites que a ideologia impunha aos seus predecessores, estava atento também ao referente – a realidade da sociedade capitalista expressa também nos dados empíricos. Basta lembrar a atenção dispensada aos relatórios feitos por inspetores governamentais nas fábricas inglesas, os dados estatísticos recolhidos, às informações jornalísticas a que recorreu, sem contar a ‘enquête ouvrière’ de 1880 (o questionário que elaborou para que os operários discorressem sobre as condições de trabalho vividas no interior das fábricas). Sua obra não é um exercício de exegese epistemológica, restrita à abstração – o pensamento que interpela o pensamento anterior denunciando seu viés ideológico e, por um corte epistemológico, instituindo o discurso científico. (...) A filosofia marxista, doravante, abandonado a preocupação com o ser, precisaria tornar-se um discurso científico; e este, dedicar-se a “interrogar o objeto em vez de deixar-se guiar por ele” (p. 159). A ciência, assim, afasta-se da experiência sensível, do vivido, da consciência, do círculo fechado da ideologia. Contra a “lógica da identidade”, que segundo a fenomenologia permitiria o trânsito da experiência para o conhecimento. Althusser, retomando um conceito de Bachelard, propõe o “corte epistemológico”. Não há mais passagem entre o vivido e o conhecimento, (“lógica da identidade”, unidade dos diversos), com a instauração da ruptura epistemológica. A ciência, afirma Althusser, não é um espelho, é um reflexo da realidade vivida. Ela não reproduz o objeto: ao contrário, o objeto é construído pelo pesquisador. O conhecimento deve ser entendido sempre como produção, como trabalho sobre uma matéria-prima”. CELSO FREDERICO. “Louis Althusser – a crítica da identidade”. “Considerações sobre o modelo de reflexão dialética proposto pelo filósofo francês”. “Celso Frederico é professor aposentado sênior da ECA-USP. Autor, entre outros livros, de `` Ensaios sobre marxismo e cultura (Mórula)”; 24/01/2022. https://aterraeredonda.com.br/louis-althusser-a-critica-da-identidade/?doing_wp_cron=1647812996.7403140068054199218750 .


28Waldir Alves Ramos. “Do Grupo de Bagé ao Arte na Vitrine”. Engenheiro civil, Bagé/RS. Notícia da edição impressa de 29/04/2010. https://www.jornaldocomercio.com/site/noticia.php?codn=26718 .

291976 - Bagé RS - 1º Encontro Nacional de Artistas Plásticos, no Museu Dom Diogo de Souza.

1976(?) - Bagé RS - 2º Encontro de Artistas Plásticos, no Museu Dom Diogo de Souza. https://www.escritoriodearte.com/artista/danubio-goncalves .


31"Taller de Gráfica Popular - Wikipedia." https://en.wikipedia.org/wiki/Taller_de_Gr%C3%A1fica_Popular. Acessado em 21 mar.. 2022.

32"Taller de Gráfica Popular - Wikipedia, la enciclopedia libre." https://es.wikipedia.org/wiki/Taller_de_Gr%C3%A1fica_Popular. Acessado em 21 mar.. 2022.

33OPINIÃO. Especial Semana de Bagé. Ana Lúcia Ferreira de Quadros. “Encontros com a gravura em Bagé”. QUARTA-FEIRA; 17 de julho de 2013. https://issuu.com/folhadosul/docs/269_20130717_folhadosul977 . Referências:

GRUPO DE BAGÉ. Trajetórias. Projeto “Resgatando a Memória”. Porto Alegre: Galeria da Caixa, 08 de outubro a 29 de novembro de 1996.

HOHLFELDT, Antonio. Por uma arte brasileira - Grupo de Bagé - Projeto Cultur. Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 1976.

PIETA, Marilene Burtet. O Grupo de Bagé e a modernidade das artes visuais no Rio Grande do Sul. In: Caixa Resgatando a Memória. Porto Alegre, 1998.

SCARINCI, Carlos. A gravura no Rio Grande do Sul (1900 – 1980). Porto Alegre: Mercado Aberto, 1982.

34UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO. INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEMÓRIA SOCIAL E PATRIMÔNIO CULTURAL. GRAVURAS NA CAMPANHA: um estudo sobre a criação do Museu da Gravura Brasileira, Bagé-RS. ANA LÚCIA PEREIRA FERREIRA DE QUADROS. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural da Universidade Federal de Pelotas como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Memória Social e Patrimônio Cultural, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Úrsula Rosa da Silva PELOTAS, 2010. Banca examinadora: Prof. Dra. Úrsula Rosa da Silva -UFPEL. Prof. Dra. Francisca Ferreira Michelon -UFPEL. Prof. Dr. Carlos Alberto Ávila Santos -UFPEL. https://wp.ufpel.edu.br/ppgmp/files/2016/11/Ana-Lucia-de-Quadros.pdf .

35"Flâneur – Wikipédia, a enciclopédia livre." https://pt.wikipedia.org/wiki/Fl%C3%A2neur. Acessado em 19 mar.. 2022.

36"Charles Baudelaire – Wikipédia, a enciclopédia livre." https://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Baudelaire. Acessado em 17 mar.. 2022.

37"Éderson Perera Coitinho | Escavador." https://www.escavador.com/sobre/378752057/ederson-perera-coitinho. Acessado em 17 mar.. 2022.

38 Entrevista com Elvira de Macedo Nascimento, a 4.ª Elvira de uma família de Elviras. Foi casada com João Nascimento (falecido), tem uma filha (Elvira) e dois netos. Filha dos bageenses Olavo de Almeida Macedo e Elvira Mércio Saraiva de Macedo. É também chamada por “Mércia”. Educadora aposentada, atuou na área das Ciências Humanas. Lecionou Psicologia nos cursos de Letras, Artes, Ciências Sociais e Ciências Biológicas no III grau da URCAMP e foi Orientadora Educacional no II grau de três escolas estaduais da cidade e, posteriormente, no FUNBÃO, escola de II grau das Faculdades Unidas de Bagé. Formada em Filosofia com especialização em Crítica de Arte Contemporânea e Administração de Empresas. Ambientalista. Fundou, com colegas, o Grupo Ecoarte (proposta de uma Ecologia Ampla) que coordenou durante 25 anos, e participa, ainda, como também a Oficina do Grupo Cultura Sul, de quem foi também uma das fundadoras. ÉDERSON PERERA COITINHO. OS MOVIMENTOS LITERÁRIOS-TEATRAIS EM BAGÉ/RS NA DÉCADA DE 1970: A LUTA CONTRA A CENSURA E A REPRESSÃO. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Letras, com habilitação em Língua Portuguesa e Respectivas Literaturas, pela Universidade Federal do Pampa. Orientadora: Prof. Miriam Denise Kelm. Bagé, 2016. Área de concentração: ditadura, Teatro, História, Movimento teatral em Bagé/RS. Banca examinadora: prof. Drª Miriam Denise Kelm Orientadora Universidade Federal do Pampa. Prof. Dr. Alessandro Carvalho Bica, Universidade Federal do Pampa. Prof. Drª Lúcia Maria Britto Corrêa Universidade Federal do Pampa. https://dspace.unipampa.edu.br/bitstream/riu/2743/1/TCC%20%C3%89derson%20Coitinho%202016.pdf .

39"Fayga Ostrower – Wikipédia, a enciclopédia livre." https://pt.wikipedia.org/wiki/Fayga_Ostrower. Acessado em 23 mar.. 2022.

40 Blanca Brites. “Nosso quadrante artístico nos anos oitenta”. In Criação plástica no Rio Grande do Sul/ Paulo Gomes, Bianca Knaak e Vinício Giacomelli (org.). Porto Alegre: Museu de Arte Contemporânea: IEL: Corag, 2002, p. 139. https://www.ufrgs.br/acervopbsa/wp-content/uploads/2020/06/PAULO-GOMES-ARTES-PL%C3%81STICAS-NO-RGS-UMA-PANOR%C3%82MICA-1-1.pdf .

41 Por Stela Vasconcellos, Jornal O Minuano (trecho). “Sonia Alcalde”. alcalde@alternet.com.br .

42 AS VIAGENS CROMÁTICAS DE MARIA INÁCIA - exposição do Museu Paulo Firpo. Quarta-feira, 22 de maio de 2013. Postado por adilson nunes de oliveira às 04:48. http://museupaulofirpo.blogspot.com/2013/05/com-excelente-texto-de-apresentacao.html .

43 Norma Vasconcellos. AS VIAGENS CROMÁTICAS DE MARIA INÁCIA - exposição do Museu Paulo Firpo. Quarta-feira, 22 de maio de 2013. Postado por adilson nunes de oliveira às 04:48. http://museupaulofirpo.blogspot.com/2013/05/com-excelente-texto-de-apresentacao.html .

44Agradecimentos especiais ao Museu Dom Diogo. Curadoria de Carmem Barros e Maria Luiza Pêgas.

45"Guimarães Rosa – Wikipédia, a enciclopédia livre." https://pt.wikipedia.org/wiki/Guimar%C3%A3es_Rosa. Acessado em 25 mar.. 2022.

46"Roberto DaMatta – Wikipédia, a enciclopédia livre." https://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_DaMatta. Acessado em 25 mar.. 2022.

47"Eduardo Subirats - SciELO." https://www.scielo.br/j/alea/a/x7cGtyJtQvDsvkHnnxLL7kQ/?lang=pt. Acessado em 25 mar.. 2022.

48"Ferreira Gullar – Wikipédia, a enciclopédia livre." https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferreira_Gullar. Acessado em 26 mar.. 2022.

49“Tendo como patrono o poeta "Mario Quintana", o Instituto Estadual do Livro (IEL) e a Petrobras, com o apoio da RBS, realizaram o Concurso de Poesia Mario Quintana, com a participação de dez mil trabalhos de todo o Brasil. Dentre os classificados figura o caxiense Valdir dos Santos, que recebeu Menção Honrosa pelo conjunto de poemas denominado "Cicatrizes". Ele deverá ter seu trabalho publicado na Antologia do IEL”. Ano 1985\Edição 00009. O PIONEIRO, 15 de novembro de 1985. Ano XXXVIII. Caxias do sul, Sexta-feira e Sábado, 15 e 16 de novembro de 1985. http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=885959&pesq=mario%20quintana&hf=memoria.bn.br&pagfis=85656 .

50"Luiz Coronel – Wikipédia, a enciclopédia livre." https://pt.wikipedia.org/wiki/Luiz_Coronel. Acessado em 26 mar.. 2022.

51“A revista Tarca foi criada em 1984, e seu título, no vocabulário regionalista, quer dizer pedaço de pau ou de couro em que se assinala, com pequenos cortes, o número de reses marcadas durante o dia”. Nilda Jacks. Mídia nativa: indústria cultural e cultura regional. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. http://www.bocc.ubi.pt/pag/jacks-nilda-midia-nativa.pdf .


52“Greyheart30/04/200. Ótima leitura. O escritor (e jornalista) conseguiu prender a atenção mesmo usando termos sulistas e que de início chegam a querer desanimar a leitura. Quando a proposta realmente deslancha, percebemos o quão gracioso é o texto, com máximas interessantes e muito verossímeis. O personagem principal, Heitor, segue neutro e os demais desenvolvem a trama e dividem com ele suas vidas, ideias e anseios. Uma história cheia de críticas sociais, que abraçam o texto de bom grado e se encaixam com primor. Pardo Gabriel, sem sombra de dúvidas, é realmente inspirador. (...) Prof. Edivaldo 29/01/2018


A guerra do lobisomem

Há muito cogitei e hesitei em ler este livro. Na verdade, o que me atraiu mesmo foi o título estar relacionado com esse personagem mitológico, o lobisomem. O livro é repleto de termos sulistas e expressões típicas do Rio Grande do Sul (estado de origem do autor), mas dá para fazer uma leitura prazerosa. A narrativa é feita em primeira pessoa pelo personagem Heitor que resolve visitar uma antiga fazenda que pertenceu à sua família e que pertence agora a um gringo de nome Carbonari. Na verdade, os moradores daquela fazenda estão assustados com estranhos acontecimentos, um possível aparecimento de um lobisomem. No entanto, em meio às tentativas de captura do "bicho", só ficamos sabendo realmente do que se trata já no fim do livro. É uma boa leitura. Recomendo. https://www.skoob.com.br/livro/resenhas/23515/mais-comentadas/?privacy-agree=true .

54BATISTA PEREIRA - UM NACIONALISTA LIBERAL DA VELHA REPÚBLICA BRASILEIRA. Luiz Felipe Viel Moreira. Universidad Estadual de Maringá – UEM. Recibido: 12/09/2015 // Aceptado: 13/11/2015. https://iighi.conicet.gov.ar/wp-content/uploads/sites/29/2018/03/FH24.pdf .

55Amigos e familiares prestam homenagem a Ernesto Wayne. Publicada em 29/06/2017. https://www.jornalminuano.com.br/noticia/2017/06/29/amigos-e-familiares-prestam-homenagem-a-ernesto-wayne .

56“Sarita Barros é a nova coordenadora do Cultura Sul”. Publicada em 07/08/2017. https://www.jornalminuano.com.br/noticia/2017/08/07/sarita-barros-e-a-nova-coordenadora-do-cultura-sul .


57Jucelaine. “15 anos sem o maior poeta de Bagé”. Postado por Unknown , terça-feira, 10 de julho de 2012 1:40 PM. http://espacoliterarte.blogspot.com/2012/07/15-anos-semo-maior-poeta-de-bage-por.html .

58Ano de 1992?

59Folha do Sul Gaúcho Ed. 977 (17/07/2013). Quarta-feira 17 de julho de 2013. Paralelo MP. Marcos Pintos. https://issuu.com/folhadosul/docs/269_20130717_folhadosul977/13 .

60“Tira-gosto: é a expressão regional, utilizada para designar as iguarias, de paladar salgado, servidas antes do almoço, como as entradas ou copetins, ou ainda, oeur d’évre, servem para abrir o apetite ou estimular a fome, são geralmente servidas em porções pequenas, e acompanham as bebidas alcoólicas. Na maioria das vezes tira é a fome, daí a denominação”. TESE DOUTORAL. COMPLEXIDADE TERRITORIAL E DESENVOLVIMENTO: TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS DA URBANIZAÇÃO NO LITORAL DE CAMAÇARI / BAHIA / BRASIL LÉA ESTER SANDES-SOBRAL. UNIVERSIDADE DE BARCELONA. BARCELONA, 2008. GLOSSÁRIO. http://www.tdx.cat/bitstream/handle/10803/1958/09.LES_GLOSSARIO.pdf?sequence=10 . https://www.tdx.cat/bitstream/handle/10803/1958/00.LES_PREVIO.pdf?sequence=1&isAllowed=y . “AS ‘CHICAS’ DO RECREIO EMBRIAGA OS PORTENHOS...

Não era verdadeira aquela notícia da interrupção dos espetáculos de Válter Pinto, no Astral de Buenos Aires, por motivo das ocorrências políticas. Valter Pinto apressou-se em mandar um desmentido pelo telefone internacional: que não, que o sucesso era "batata" e se divertia muito oferecendo "copetins" com aperitivos típicos do Brasil, inclusive "batidas" que são verdadeiras "bombas". Por isso os rapazes de Buenos Aires deram para andar duplamente embriagado: pela beleza das "chicas" do Recreio e com as "batidas" do empresário do "Estoy Sassaricando". A temporada vai bem, e satisfeito com a iniciativa dos "copetin", Walter Pinto mandou levar, de avião, todos os pertences para uma completa feijoada à moda da rua do Espírito Santo. Aí foi que os guapos portenhos se entusiasmaram com a turma do Recreio. Comentário do empresário Zèzinho:

Pelo que estou vendo, o sucesso é das "batidas" e da feijoada. Mas teatro, que é bom, não estou vendo nada”. Revista da Semana. N.º 39; 24-9-55, p. 56. “Em primeiro lugar o modo de vida dos portenhos que ficam na rua até de madrugada, tomando copetins, trovando e jantando à meia-noite”. Quarta-feira, 15 de Dezembro de 1999, chuvoso. “Memórias de Coronel Moura”. Publicação de arquivos encontrados no computador do meu avô, José Antônio Correa de Moura. Uma das pessoas mais sensacionais e influentes que já conheci. https://memoriascoronelmoura.wordpress.com/ . “O major não era de soltar queixas. Afeito às charlas, restavam as tardes no Café do Oliosi. Entre um copetin e mais outro, a las tantas tomou ciência de que em Montevidéu um basco de nome Esteban Echeverría esculpia estátuas de cera da mais perfeita similitude. (...). Luiz Coronel. “O dia em que o major Alarico virou estátua Suas obras ressuscitavam os mortos e multiplicavam os vivos”. Escritor, poeta e publicitário. https://issuu.com/folhadosul/docs/566_20140701_folhadosul1269 . “copetín. noun [ masculine ] /kope'tin/; Latin America: aperitivo ligero consistente en una bebida alcohólica y alimentos; aperitif , appetizer. https://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/espanhol-ingles/copetin . “Lemos no jornal Clarín que no sábado, 3 de outubro, começaria a primeira Semana del Copetín Porteño (o termo, que em espanhol quer dizer aperitivo, vem do genovês cuppetin). A ideia da ‘Cámara de Cafés y Bares’ da cidade é recuperar um hábito dos imigrantes italianos e espanhóis que foi se perdendo com os anos, o de tomar um aperitivo alcoólico acompanhado de acepipes antes da refeição. Até a próxima segunda-feira, 12 de outubro, 70 bares da capital portenha participam do evento servindo praticamente a mesma coisa: amendoim salgadinho, cubos de queijo e presunto, e um drinque à base de Gancia, espécie de vermute que é uma das bebidas mais clássicas da Argentina. Tudo por um preço muito camarada, mas somente das 19h às 22h. “O copetín portenho em 2 bares notáveis”. Mariana Sanchez. “Sou jornalista e tradutora brasileira, e há doze anos visito regularmente Buenos Aires. Em agosto de 2015 vim pra cá de mala e cuia para passar uma longa temporada. Livros, cinema e cultura em geral são meus assuntos preferidos. Você pode acompanhar minhas andanças aqui no Aires Buenos e também no Medium”. https://airesbuenosblog.com/o-copetin-portenho-em-2-bares-notaveis/ . “Leyendo sobre esto vi que en un sitio tan grande como Wikipedia a nadie se le había ocurrido relacionar el Smörgåsbord con la Picada Argentina (también Uruguaya, claro), es más, no encontré el origen de nuestra picada, seguramente proviene de inmigrantes y de sus costumbres, pero por ejemplo el "copetín" deriva del genovés "cuppetin" con lo que ya un origen italiano podemos darle, pero el copetín es apenas un trago de vermuth con algunos snacks”. Fabio Baccaglioni. Smörgåsbord. 04/02/2013 - 11:00:00. https://www.fabio.com.ar/5349 . “ Copetín (Argentina). En Argentina y Uruguay se denomina copetín (derivada del genovés cuppetin) al tentempié que se suele consumir a media tarde. El copetín tiene similitudes con la picada, aunque a diferencia de ésta, contiene muchos menos ingredientes. Los ingredientes sólidos de un copetín son semejantes a los de una picada aunque en mucha menor cantidad y, acorde a la ligereza del tentempié, con moderadas cantidades pero una posible gran variedad de ingredientes que acompañan al vaso de la bebida principal. El copetín rioplatense tiene típicos ingredientes que lo diferencian de los otros condumios del tipo "snacks", "entremés", etcétera, por ejemplo: palitos salados, palitos de maíz, bolitas de queso, maní con cáscara, maní frito y maní tostado salado, entre otros comestibles. El copetín es mucho menos abundante en elementos que una picada porque se suele consumir a media tarde o al anochecer. Por otra parte, a diferencia de los genéricos snacks, el típico copetín rioplatense se basa en dos elementos típicos: lo principal es el consumo de una o dos copas de alguna bebida alcohólica (por ejemplo guindado, vermut o uno o dos vasos de vino diluido con bastante soda o, más actualmente, con cerveza o un fernando -sin mayúscula inicial-); y, por otro lado, el horario en que se consume: es una especie de merienda para gente adulta, y no puede considerarse como un aperitivo, ya que este precede al almuerzo o, en todo caso, a la cena, mientras que el copetín argentino se consume a la tarde o a la "media tarde". Aunque entre fines de la década de 1970 hasta aproximadamente el 2015 el copetín había quedado bastante olvidado, ha vuelto a tener vigencia incluso entre gente muy joven, aunque en 2015 los copetines más afamados fueron los generados por "boliches" reconocidos, como La Biela, entre otros. Cada uno de estos boliches (bares, restaurantes o restoranes, confiterías, etc.) suelen tener su propia receta. https://es.wikipedia.org/wiki/Copet%C3%ADn_%28Argentina%29 .​ “La confitería , parola derivante dallo spagnolo argentino, si traduce esattamente con la parola l'italiana confetti o confetteria, molte volte accompagnati da un copetín ( aperitivo ),parola derivante dal ligure cupettin” . https://koaha.org/wiki/Cucina_argentina . “El copetín procede de la expresión genovesa cuppetin y es similar a lo que en España llamaríamos “tomar un vermú” o, simplemente, nuestra clásica bebida y tapa en cualquier bar. Para la tradición porteña, unas “papas fritas”, un maní (cacahuetes) o cualquier otro snack son el complemento imprescindible que acompaña el licor amargo, un vino o incluso una cerveza, ya sea en soledad o sentados en medio de una buena conversación en la mesa de un bar. La Semana del Copetín Porteño se convierte así en una buena excusa para que todos los españoles en Buenos Aires se sientan un poquito más cerca de casa”. Nerea González Pascual. Johannesburgo (República de Sudáfrica). “Buenos Aires reivindica el “copetín”, un “tomar algo” versión porteña”; 08/10/2015. https://www.cext.es/posts/cultura/buenos-aires-reivindica-el-copetin-un-tomar-algo-version-portena/ . “COPETIN: Esta palabra,que deriv adel genovés CUPPETIN es incorrectamente utilizada para referirnos a una especie de agasajo o lunch (y disculpe el Sr. Nespral el anglicismo) que se ofrece generalmente por algún acontecimiento social o, como en el caso de nuestra Institución, como parte integrante del protocolo oficial. En realidad el vocablo, que es un americanismo, refiere solo y exclusivamente a “copa de licor”. Y nada más que eso”. PRCCIT LIONEL LUCAS ERCOLI He recibido un artículo del diario La Nación de 1983, de parte del prefecto principal (RE) MANUEL F. ALCIATURI donde se destacaba, entre otros temas, la importancia de usar las palabras propias de nuestro lenguaje en lugar de otras (grafías francesas, inglesas,ect) que, aunque asimiladas, su utilización obedece más a razones de esnobismo que a razones prácticas. Como ejemplo de lo expresado, el artículo desgrana una serie de vocablos con su correspondiente equivalencia castellana. Así la palabra “carnet” tiene su equivalencia española en carné, “garage” en garaje, “clip” en clipe, “camouflage” en camuflaje, “boulevard” en bulevard, “ghetto” es gueto, “videotape” es videocinta, “pedigree” es pedrigrí, “ping-pong” aunque suene raro es pimpón, “vermouth” es vermú, “yogourt” es yogur, “whisky” es guisqui, “film” es filme, “cassette” es simplemente casete, “razzia” pierde una zeta para ser razia, “maffia” una efe para ser mafia, etc. El autor de la nota, Sr. Alejandro Nespral, concluía la misma con una invocación a volver a usar nuestras propias palabras como una forma de defendernos de lo que él denominaba el “colonialismo del idioma”. Téngase presente -decía- que el español o castellano es la lengua romántica de mayor difusión mundial, pues supera con holgura al francés y al italiano; después del inglés es el idioma europeo más extendido (algo que habíamos traído a colación en esta columna en el B. I. P. Nº 84). Reiterando la invitación a los lectores para participar en la presente, nos introducimos en nuestras dos secciones: Incorrecciones. https://pt.calameo.com/read/00004624008d0087fb53e . “«Un copetín, por favor. Y agitado, no revuelto». Si la iniciativa que les cuento hoy hubiese triunfado, no sólo serían diferentes las películas de James Bond sino que ahora iríamos a los bares a pedir copetines, habría copetinerías y en las tiendas de menaje se venderían copetineras. Que serían los mismos utensilios que en nuestro espacio-tiempo conocemos como «cocteleras», pero con otro nombre.

Quizás exista por ahí un universo paralelo en el que los españoles digan «copetín» en vez de «cóctel», porque ciertamente hubo gente que se esforzó mucho en intentar implantar ese cambio de nomenclatura. Por si ustedes no lo saben, «copetín» es la palabra con la que se conoce en muchos países de Hispanoamérica al traguito aperitivo o bebida que se toma antes de comer, mientras que en Argentina por ejemplo es directamente sinónimo de «cóctel» y, a la vez, una tradición culinaria de picoteo vespertino con bebidas incluidas. El alcohólico copetín argentino proviene no de un diminutivo derivado de «copa» (como cree la RAE), sino al parecer del vocablo genovés cuppetin, pero nada de eso sabían en España los filólogos aficionados que en los años 30 quisieron borrar el anglófilo cóctel por el —según ellos— muy hispano copetín.

En 1927 el 'Diccionario manual e ilustrado de la lengua española' incluyó por primera vez el término «cóctel», sin tilde, para denominar la «bebida compuesta con diversos licores, azúcar, nuez moscada, limón, menta, hielo, etc.» Una definición tan ambigua como había sufrido había sido el proceso de adaptación del cocktail anglosajón al idioma castellano, con versiones en spanglish que fueron desde el chincotel de Pérez Galdós hasta el coctel, el jog-tail o el cotel. Para cuando la RAE quiso reaccionar ante la creciente popularidad de esta mezcla de licores, los combinados llevaban ya más de 30 años dando guerra y el léxico popular había adoptado con fervor aquel extranjerismo, de modo que no pudo hacer más que certificar su uso y si acaso indicar su uso con tilde, como hizo en 1983.

Hubo a quien aquello le pareció un despropósito y una debacle nacional comparable a la de la Armada Invencible, así que desde distintos frentes se orquestaron diversas guerras anti-cóctel y pro-copetín. La revista gastronómica 'Marmitón', por ejemplo, que desde sus páginas reivindicó la españolidad de la mayonesa e incluso del mismísimo foie-gras. incluyó en su segundo número (diciembre de 1933) un artículo titulado «¿Y por qué no llama usted copetín al cotel o cock-tail?». El autor clamaba a la RAE por haber olvidado meter en el diccionario el ilustre copetín, «neologismo sonoro, eufónico y de expresión graciosa y picaresca con que los argentinos han castellanizado el bárbaro y antipático nombre de cock-tail». Fue incluso más allá, sospechando de la paternidad estadounidense del invento y defendiendo cual soldado de los Tercios el origen nacional de las mixturas embolingantes. Resignado ante tamaña leyenda negra, apuntó que ya que el dichoso concepto yanqui se había universalizado, al menos era «preciso designar con una palabra de contextura española. Los argentinos crearon el nombre copetín, de indudable prosapia castellana y su uso se ha divulgado extendiéndose ya por toda América del Sur. ¿No sería obra de patriotismo y de hispanoamericanismo aceptar y consagrar en el Diccionario de la Academia esa palabra argentina?».

En 1935 el problema seguía vigente y se barajaron alternativas al cóctel como hipocrás, meringote, mezcla y mezcolanza además del consabido copetín, que por fin hizo su entrada de honor en la gastronomía española en 1942, seguramente empujado por el patrioterismo de posguerra. 'Mi plato', un recetario del gran cocinero Ignacio Doménech dedicado a la cocina regional, incluye dos copetines: uno a base de vino manzanilla, curaçao y jarabe y otro, colmo de la cursilería, llamado Copetín Caricia Interior. Menos mal que nos quedamos con el cóctel”. ANA VEGA PÉREZ DE ARLUCEA. Madrid. Sábado, 7 septiembre 2019, 07:52. Gastrohistorias. “De cuando el cóctel quiso llamarse «copetín»”. “En los años 30 y 40 hubo quien quiso eliminar todo extranjerismo del léxico gastronómico. Por ejemplo, rebautizando la palabra «cocktail»”. https://www.diariovasco.com/culturas/coctel-quiso-llamarse-copetin-20190907001207-ntrc.html?ref=https%3A%2F%2Fdocs.google.com%2F .

61[Extrato de Conta]. “APRESENTAÇÃO”. Norma Campos de Vasconcellos. Wayne, Ernesto. Extrato de Conta. Bagé: Prefeitura Municipal de Bagé, Diretoria de Cultura, 1988. 162 p. Sábado, 1 de julho de 2017. http://projetoernestowayne.blogspot.com/2017/07/extrato-de-conta-apresentacao.html


62União é condenada a pagar quase R $500 mil para militar torturado; 16 de julho de 2002, 10h59. Revista Consultor Jurídico, 16 de julho de 2002, 10h59. https://www.conjur.com.br/2002-jul-16/uniao_condenada_indenizar_militar_torturado_rs .

64"Montes Haedo – Wikipédia, a enciclopédia livre." https://pt.wikipedia.org/wiki/Montes_Haedo. Acessado em 22 mar.. 2022.

65"Cuchilla de Haedo - Wikipedia, la enciclopedia libre." https://es.wikipedia.org/wiki/Cuchilla_de_Haedo. Acessado em 22 mar.. 2022.

66"Scottish Highlands - Wikipedia." https://en.wikipedia.org/wiki/Scottish_Highlands. Acessado em 22 mar.. 2022.

67UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA. CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA. “AGORA DEUS VAI TE PEGAR LÁ FORA”: UM ROMANCE-TESTEMUNHO. NATÁLIA FAGUNDES AZEVEDO. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em História Integral. Universidade Federal do Pampa-Campus Jaguarão como requisito parcial para obtenção do Título de Licenciatura em História. Orientador (a): Cássia Daiane Macedo da Silveira. Jaguarão, 2017. Banca examinadora: Prof.ª Dr.ª Cássia Daiane Macedo da Silveira Orientadora UNIPAMPA Prof.ª Dr.ª Renata Dal Sasso Freitas UNIPAMPA Prof.ª Dr.ª Alessandra Gasparotto UFPEL. https://cursos.unipampa.edu.br/cursos/historia/files/2018/03/tccii-revisado.pdf .

68“GUIDO MORAES”.

Fontes: Garcia, Elida Hernandes. "Escritores Bageenses", Bagé, Editora Praça da Matriz, 2006. Jornal Correio do Sul, Edição 18/03/2008. Postado por Cássio Gomes Lopes; sábado, novembro 02, 2019. https://cassioglopes.blogspot.com/2019/11/guido-moraes.html .


69Dorotéo Fagundes. “GUIDO E RETAMOZO”; 07/01/2021 09H08. https://radioatualidade.com.br/noticia/239867/guido-e-retamozo .

70Cármen Lúcia Simões Pires de Barros. 20 de março de 2022. Depoimento pessoal. “Possui graduação em Educação Artística Habilitação em Artes Plásticas pelas Faculdades Unidas de Bagé/Fundação Áttila Taborda. Curso de Especialização no Ensino das Artes Visuais (Urcamp), Mestrado em Arte Educação (UFRGS). Artista plástica com desenvolvimento de pesquisa e produção na área de Escultura cerâmica, História da Arte e Patrimônio Cultural. Foi coordenadora do Curso de Artes Plásticas(Urcamp (2000 - 2004), membro do Conselho Municipal de Cultura em Bagé(2004 - 2007) , membro do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de Bagé(2012, 2019), membro do Ecoarte, Membro da Associação Pró Santa Thereza (2007 - 2019 Diretora da Casa de Cultura Pedro Wayne/Prefeitura Municipal de Bagé/RS (2009-2013), Coordenadora do Da Maya Espaço Cultural (2014-2015). Bagé/RS. É professora titular da Universidade da Região da Campanha (URCAMP, 1995-2019) e Gestora dos Museus de Bagé( Museu da Gravura Brasileira e museu Dom Diogo de Souza FAT/URCAMP - 2012/2019). https://www.escavador.com/sobre/2116245/carmen-lucia-simoes-pires-de-barros

71Fernando Karam. “Com curadoria de Teresa Poester, Fernando Karam expõe na galeria arte&fato a partir de 7 de novembro. A exposição denominada Arredores reúne aproximadamente 30 desenhos aquarelados que utilizam também outros materiais como grafite, carvão, lápis de cor e nanquim.O artista, entre outras atividades, tem mostrado seu trabalho de desenho em Bagé, Porto Alegre e outras cidades do Rio Grande do Sul e Uruguai. Sua trajetória de quase 30 anos inclui prêmios com fotografia, desenho, e poemas, além de passagem pelo teatro, ilustração e artes gráficas. Em 2002 criou a loja/atelier Marca da Terra em Bagé, mostrando sua produção pessoal num trabalho que se expande para arte aplicada e mostra a riqueza da cultura de sua região.

A propósito de ‘Arredores’ Teresa Poester escreve: Fernando Karam, ao contrário de tantos artistas, nunca quis ir para o exterior, seu movimento foi inverso, voltar para o interior de si mesmo e dos interiores de Bagé. Depois de muitas andanças, viveu nestes últimos vinte anos em sua terra, por escolha e teimosia. Desenhista, poeta e veterinário de profissão, seu trabalho se arredonda num único propósito: falar de sua aldeia. Mas falar de sua aldeia é falar do universo se existe o domínio da língua, saber torná-la encanto. Suas aquarelas são pra quem gosta de desenho, da linha em dissonância com a mancha, da liberdade, do improviso, da sutileza. Fernando tem ouvidos para a terra, aprendeu sozinho, com o silêncio das coisas, com a irmandade e a solidão de quem contempla lonjuras. Esses desenhos de agora são, na sua maioria, da periferia de Bagé, dos bairros abandonados, das casinhas cachorro sentado, que tanto o fascinam, do pampa agora esquecido, da zona, dos arredores. http://artefatogaleria.blogspot.com/2007/10/ . Fernando Sérgio Castilhos Karam. https://www.escavador.com/sobre/1541266/fernando-sergio-castilhos-karam .





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