A Nespereira






Cláudio Antunes Boucinha1




Raymundo Pimentel Gomes, Engenheiro-Agrônomo, escreveu um artigo, “A Cultura da Ameixeira”, no jornal Correio da Manhã, Rio de Janeiro, Número 19 561, Ano LVI, domingo, 30 de dezembro de 19562, na seção “Correio Agrícola”. Entre outras, afirma que


“no Brasil, temos o mal vezo de chamar ameixeira amarela a nespereira – Eriobotrya Japonica3, dos botânicos.

Trataremos aqui exclusivamente da verdadeira ameixeira – Prunus domestica e Prunus salicina. Clima. (…) No Brasil, as variedades da Prunus domestica devem ser plantadas exclusivamente ao Sul do paralelo 18 e nos planaltos mais elevados, onde haja bastante frio no inverno.

As variedades da Prunus salicina tem um grande campo de ação em nosso país.

Na latitude do Rio de Janeiro, podem ser plantadas desde os 500 metros de altitude.

Essa latitude baixa para o Sul, até atingir o nível do mar nos pampas de Vitória do Palmar, Pelotas, Rio Grande e Bagé”.



Raymundo Pimentel Gomes, era especialista na área de fruticultura.


“Raymundo Pimentel GOMES - Nasceu em Sobral, 1° de julho de 1900, filho de Cesário César Ferreira Gomes e Frederica Pimentel Gomes. Depois de cursar o Liceu do Ceará, ingressou na Escola Agrícola Luiz de Queiroz, onde obteve o diploma de Engenheiro-Agrônomo (turma de 1922). Voltou a Sobral, trabalhou por conta própria e foi nomeado Inspetor Agrícola e, posteriormente, administrador da Fazenda de Sementes Três Lagoas, órgão da Secretaria Estadual de Agricultura. Iniciou-se no magistério como Professor do Seminário de Sobral e do Colégio da Assunção; em Tatuí (SP) ensinou no ginásio do estado. Organizou e chefiou o Departamento de Produção Agrícola da Paraíba. Professor e Diretor da Escola de Agronomia do Nordeste, sediada em Areia. Diretor do Departamento de Assistência ao Cooperativismo em João Pessoa. Organizou o Departamento de Produção do Acre e promoveu a primeira exposição agrícola realizada na Amazônia. Diretor do Serviço de Economia Rural (Rio de Janeiro, 1945) e do Serviço Florestal do Ministério da Agricultura; criou as inspetorias florestais nos estados, a primeira floresta nacional do Brasil e o Horto Florestal de Sobral. Dirigiu o Serviço de Informação Agrícola. Jornalista, escreveu centenas de artigos e ensaios publicados em jornais de quase todos os estados. Livre-docente de Geografia do Colégio Pedro II. Presidente do Conselho Nacional das Expedições Artísticas e Científicas. Membro do Conselho Florestal, do Conselho de Proteção aos índios, da Sociedade Brasileira de Geografia, da Associação Brasileira de Imprensa, do Instituto Paraibano de Geografia e História e do Fórum Paulista de fruticultura. Autor de numerosos folhetos sobre culturas agrícolas, da tese Solução do Problema Agrícola do Nordeste do Brasil, aprovada no 1° Congresso brasileiro de Agronomia, e de livros entre que se destacam: A Olivicultura no Brasil; Forragens Fartas na Seca; Fruticultura Brasileira; O Coqueiro-da-Praia (o coqueiro da Baía); China - Uma Nova Civilização; A Conquista do Acre; O Brasil entre as Cinco Maiores Potências; Por que não Somos uma Grande Potência e Corografia Dinâmica do Ceará. Morreu no Rio de Janeiro, 2 de agosto de 1975. 4



RAYMUNDO PIMENTEL GOMES. Com a morte do DR. RAYMUNDO PIMENTEL GOMES, ocorrida no Rio de Janeiro no dia 2 de Maio de 1975, a Agronomia Sul americana perdeu um de seus maiores vultos e o Brasil um de seus filhos mais ilustres. Nascido em Sobral, Ceará, em 1 de julho de 1900, depois de ter realizado estudos primários e secundários em sua cidade natal e em Fortaleza, deslocou-se para Piracicaba, SP., a fim de cursar a Es cola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Aqui, em Piracicaba, ocorreram dois fatos talvez os mais importantes de sua vida, que foram o seu casamento com a exma. senhora Sylvia de Souza Gomes (1921) e a sua diplomação em 1922, como engenheiro-agrônomo da ESALQ. A vida do DR. PIMENTEL GOMES caracterizou-se pelo amor ao trabalho e pela dedicação aos problemas que afligiam a região do País de onde procedia, isto é, o nordeste. Desenvolveu atividade jornalista de intensidade ainda nem de longe atingida por nenhum outro escritor. Colaborou em jornais de vários pontos do país, incluindo o Correio da Manhã, o Diário de Notícias, o Jornal do Comércio, todos do Rio de Janeiro; “A Ordem", de Sobral, Ce; “O Povo", de Fortaleza; “Jornal” e “Diário" de Piracicaba, etc. Em João Pessoa, Pb, manteve por muitos anos, uma página agrícola no jornal “A União”; e em Rio Branco, página similar no jornal "O Acre”. A sua preocupação pelos problemas do Nordeste se evidencia pelos títulos de alguns de seus livros: “Como agricultar as terras nordestinas”, “Forragens fartas na seca” etc. PIMENTEL GOMES trabalhou até os seus últimos dias. Em 1975, a Livraria Nobel publicou o seu derradeiro livro intitulado “A soja”, como parte da Biblioteca Rural que, aliás, se vinha publicando sob a sua direção. Outros livros de sua autoria foram: “A conquista do Acre" (romance), “Adubos e adubações”,, "China – uma nova civilização", "O Brasil entre as cinco maiores potências", "Porque não somos uma grande potência", "Fruticultura brasileira” etc., etc. A última obra, editada em 1973 como parte da referida Biblioteca Rural, merece um destaque especial. Trabalho de vulto, resultado de dezenas de anos de estudo e observações no País e no exterior, encerra informações muito difíceis, mesmo impossíveis de serem obtidas de outras fontes. Tais informações se referem a inúmeras frutíferas, indígenas ou exóticas, tão interessantes e tão desconhecidas do povo e dos técnicos. Durante a sua longa carreira, PIMENTEL GOMES ocupou altos cargos da administração estadual e federal. Assim, foi Diretor da Produção do Estado da Paraíba, Diretor da Escola de Agronomia do Nordeste, em Areia, Pb, Diretor-Geral dos Serviços Florestal e de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura etc. O DR. PIMENTEL GOMES teve 6 filhos, entre eles o Dr. FREDERICO PIMENTEL GOMES5, Diretor desta Revista6. O seu falecimento deixa um vazio profundo no seio da classe que tanto dignificou.

1Licenciado em História(UFSM). Mestre em História(PUCRS).

2Domingo, 5 de dezembro de 1954. Domingo, 13 de março de 1955. O jornal repetiu o mesmo artigo.

3Rev. da Jornada da Pós-Graduação e Pesquisa-Urcamp, Bagé-RS, vol. 8, n.1, 2016. ISSN:1982-2960. 13ª JORNADA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA BIOLOGIA REPRODUTIVA DA NESPEREIRA (ERIOBOTRYA JAPONICA LINDL.: ROSACEAE) EM FLORIANÓPOLIS, SANTA CATARINA, BRASIL REPRODUCTIVE BIOLOGY OF LOQUAT (ERIOBOTRYA JAPONICA LINDL.: ROSACEAE) IN FLORIANÓPOLIS, SANTA CATARINA STATE, BRAZIL. Andre Amarildo Sezerino , Afonso Inácio Orth , José Luiz Petri , Caroline de Fátima Esperança , Gentil Carneiro Gabardo , Cristhian Leonardo Fenili. http://revista.urcamp.tche.br/index.php/rcjpgp/article/viewFile/1881/1243 . Rosseto, V.; Sampaio, T. M.; Oliveira, R.; Grala, K. O braquiquito. “Ameixeira do Pará”. Disponível em: <https://sites.unipampa.edu.br/programaarborizacao/ameixeira-do-para/> .

4Fonte:1001 Cearenses Notáveis-F. Silva Nobre. Data de Nascimento:1/07/1900. http://portal.ceara.pro.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2488&catid=293&Itemid=101 .

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